André Ventura ameaça demitir-se se Ana Gomes ficar à frente do Chega
08-09-2020 - 07:26
 • Renascença com Lusa

Presidente do Chega definiu a ex-diplomata como a "pior candidata presidencial de sempre: histérica e obcecada com os seus inimigos de estimação". A ex-eurodeputada é já o quinto nome na corrida a Belém.

O presidente do Chega e anunciado candidato presidencial, André Ventura, já reagiu ao anúncio de Ana Gomes de que vai entrar na corrida às presidenciais. Através do Twitter disse se que a candidata ficar à sua frente na contagem de votos abandona a direção do partido.

Na mesma publicação considera Ana Gomes como a pior “candidata presidencial de sempre: histérica, obcecada com os seus inimigos de estimação, amiga das minorias que vivem do nosso trabalho”.

Ana Gomes vai candidatar-se à Presidência da República em janeiro de 2021. O anúncio oficial vai ser feito na quinta-feira, na Casa da Imprensa, em Lisboa.

A ex-eurodeputada socialista é já o quinto nome na corrida a Belém. Junta-se a André Ventura, do Chega, a Marisa Matias, do Bloco de Esquerda, a Tiago Mayan Gonçalves, da Inciativa Liberal, e a Bruno Fialho do Partido Democrático Republicano.

“Numa certa metáfora, Ana Gomes é a candidata cigana destas Presidenciais. Eu sou o português comum”, disse Ventura, em declarações à agência Lusa. Mas, na sua opinião a ex-eurodeputada socialista “não chegará à segunda volta” das eleições para chefe de Estado.

“Disputarei a segunda volta com Marcelo Rebelo de Sousa [atual Presidente e que só anunciará uma decisão sobre uma eventual recandidatura em novembro] e será a segunda volta mais espetacular da nossa história democrática”, previu.

“Só os mais ingénuos acreditavam na reflexão e nos períodos de meditação prolongada. Ainda bem que Ana Gomes avança. É a representante fiel das minorias que não trabalham e dos coitadinhos que clamam o racismo dos portugueses. É o absoluto contrário da minha candidatura, que reúne os portugueses comuns”, defendeu o líder do Chega.

Ana Gomes colocou pela primeira vez como hipótese entrar na corrida ao Palácio de Belém em 17 de maio, num espaço de comentário televisivo, dizendo que iria refletir sobre esse passo, embora não ambicionasse ser candidata.

Na altura, a antiga militante do PCTP/MRPP criticou declarações do primeiro-ministro e secretário-geral socialista, António Costa, numa visita a uma fábrica de automóveis, juntamente com o Presidente da República. Então, Costa manifestou a expectativa de regressar àquela unidade fabril com Marcelo Rebelo de Sousa já num segundo mandato de chefe de Estado, dando como adquirida a sua recandidatura e reeleição.

“Ana Gomes candidata-se contra António Costa e contra mim. Eu candidato-me contra o sistema que destrói a vida aos portugueses”, concluiu André Ventura.

André Ventura, que foi reeleito no sábado presidente da Direção Nacional do Chega, como candidato único, com 99,1% dos votos, anunciou que vai começar “uma nova fase” do partido, o qual vaticina ir-se tornar a terceira força política portuguesa nas próximas eleições legislativas [2023, se a atual legislatura for cumprida].

O Chega vai eleger os restantes novos órgãos sociais na sua II Convenção Nacional, marcada para os dias 19 e 20, em Évora.