A Proteção Civil registava às 20h00 seis incêndios florestais que mereciam “maior preocupação”, nos distritos de Viana do Castelo, Porto, Vila Real e Bragança, que mobilizavam 833 operacionais, apoiados por 279 meios terrestres.
Num balanço feito às 20h30 na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Oeiras, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, referiu que durante o dia houve o registo de 101 ignições, oito das quais ainda se mantinham ativas.
Segundo o comandante nacional, as ocorrências de incêndio “mais significativas e com maior preocupação” registam-se nos distritos de Viana do Castelo, do Porto, de Bragança e de Vila Real.
No distrito de Viana do Castelo lavra desde terça-feira um incêndio na freguesia do Lindoso, concelho de Ponte da Barca, que mobilizava pelas 21h30 o maior número de operacionais, 229, apoiados por 75 viaturas, segundo o ‘site’ da ANEPC.
No distrito do Porto, dois incêndios que deflagraram no concelho de Baião também são motivo de preocupação para as autoridades, um na freguesia de Teixeira, que mobilizava 164 bombeiros e 56 meios terrestres, e outro em Lordelo, com 106 operacionais e 30 meios terrestres.
No distrito de Bragança, os bombeiros continuam a combater as chamas na localidade raiana de Petisqueira, envolvendo 150 operacionais e 57 meios terrestres e no concelho de Torre de Moncorvo, onde o incêndio que deflagrou esta tarde, pelas 17:22, mobiliza 56 operacionais e 20 meios terrestres.
Também esta tarde, deflagrou um incêndio no distrito de Vila Real, no concelho de Chaves que, pelas 21h30 estava a mobilizar 141 operacionais e 43 meios terrestres.
O comandante da ANEPC ressalvou ainda que as autoridades continuam também a acompanhar ocorrências significativas que se encontram em fase de rescaldo.
Nesses trabalhos, a Proteção Civil tem empenhados 1.930 operacionais, 575 meios terrestres e três meios aéreos.
Relativamente ao número de feridos, André Fernandes referiu que desde o dia 7 de julho e até hoje foram registados 190, dos quais 93 são ligeiros e quatro graves, tendo os restantes 93 sido apenas assistidos.
Já esta noite, morreu o piloto de um avião anfíbio de combate a incêndios após a queda da aeronave que pilotava, numa vinha da Quinta do Crasto, em Castelo Melhor, concelho de Foz Coa (Guarda).
Os incêndios que lavram nos últimos dias também obrigaram à retirada de 867 pessoas de diversas localidades do país.
No ‘briefing’, André Fernandes reiterou ainda que o risco de incêndio “continua a ser extremo”, sublinhando que o país atravessa a pior seca de que há registo.
Portugal Continental está em situação de contingência até domingo devido às previsões meteorológicas, com temperaturas muito elevadas em algumas partes do país, e ao risco de incêndio.
A situação de contingência corresponde ao segundo nível de resposta previsto na lei da Proteção Civil e é declarada quando, face à ocorrência ou iminência de acidente grave ou catástrofe, é reconhecida a necessidade de adotar medidas preventivas e ou especiais de reação não mobilizáveis no âmbito municipal.
Cinco distritos de Portugal continental mantêm-se sob aviso vermelho, o mais grave, devido ao tempo quente, com mais de uma centena de concelhos em perigo máximo de incêndio rural, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.