Os Estados Unidos da América (EUA) e o Irão estão a levar a cabo, esta segunda-feira, uma controversa troca de prisioneiros. Após dois anos de negociações, o acordo envolve o descongelamento de 6 mil milhões de dólares que estavam retidos na Coreia do Sul.
Os prisioneiros norte-americanos já partiram do aeroporto de Teerão para o Qatar - onde vão embarcar em direção aos Estados Unidos da América. Ao mesmo tempo, a televisão estatal do Irão diz que os dois dos cinco iranianos libertados pelos EUA já aterraram em Doha, a capital qatari - espera-se que os outros três não regressem ao país.
O Qatar atuou como mediador do acordo. 6 mil milhões de dólares - cerca de 5,6 mil milhões de euros - de dinheiro iraniano, obtido com a venda de petróleo, vão ser libertados após congelados em 2018 pela administração Trump, quando os EUA deixaram o acordo nuclear do Irão.
Os Estados Unidos dizem que o dinheiro vai ser entregue ao mediador da troca de prisioneiros, e que cabe ao Qatar assegurar que a quantia é gasta apenas em comida, bens agrícolas e médicos - gastos que não estão incluídos nas sanções internacionais ao Irão.
Os norte-americanos - Siamak Namazi, Emad Sharghi e Morad Tahbaz, assim como outros dois que se mantém anónimos a pedido das famílias - estavam detidos na prisão de Evin, mas passaram as últimas semanas presos em hotéis, enquanto se aguardava a conclusão do descongelamento do dinheiro para contas na Suíça e no Qatar.
A maioria dos iranianos detidos são residentes nos Estados Unidos da América e tinham sido acusados de violar as sanções ao país do Médio Oriente.
O acordo obtido pela administração Biden foi criticado por elementos do Partido Republicano e antigos presos políticos do Irão, acusando a atual Casa Branca de negociar com o principal estado terrorista do mundo. Uma das críticas é que o descongelamento de dinheiro vai encorajar o Irão a usar reféns como uma arma do arsenal diplomático.
Mitt Romney, senador republicano que já anunciou a reforma, considerou o acordo uma "ideia horrível" que vai levar a "mais raptos". Vários dos atuais candidatos à nomeação do Partido Republicano, incluindo Ron DeSantis e Donald Trump, também criticaram o acordo firmado.