Mais de 12 mil pessoas aderiram à primeira manifestação do recém-surgido movimento "Sardine contro Salvini". A 14 de novembro, última quinta-feira, o movimento arrancou com um protesto na praça central de Bolonha. A ela seguiram-se protestos noutras cidades, com o próximo já convocado para domingo.
A iniciativa surgiu pela mão de quatro jovens que, através das redes sociais, começaram a chamar os italianos às ruas para contestar a "política de ódio" que consideram estar a ser difundida pela extrema-direita, em particular por Matteo Salvini, na região de Emilia-Romagna, onde irão ocorrer eleições locais em janeiro de 2020.
Salvini tem afirmado, como objetivo para essas eleições, libertar esta região de Itália das forças políticas de esquerda, onde a atual administração é liderada pelo Partido Democrático, numa coligação de centro-esquerda.
Ontem, dia 18, decorreu outra manifestação do mesmo movimento que reuniu cerca de sete mil pessoas numa praça em Modena, enquanto o ex-ministro do Interior realizava ações de campanha nesta cidade do norte de Itália.
As imagens das praças de Bolonha e Modena têm sido muito difundidas nas redes sociais, o que tem levado ao surgimento de iniciativas semelhantes noutras cidades, como Florença ou Benevento, para além da já confirmada para o próximo domingo, em Rimini, onde Salvini estará a inaugurar uma nova sede de campanha do seu partido, Liga.
Até agora, todas as manifestações foram guiadas pela presença de Salvini nas cidades que as acolheram. O objetivo do movimento, segundo o grupo que o idealizou, é ultrapassar o número de apoiantes que o líder da extrema-direita tem atraído aos seus comícios, com a intenção de contrapor a ideia recorrente nos discursos de Salvini de que os habitantes de Emilia-Romagna apoiam o seu partido em peso.
Na primeira iniciativa, o objetivo era garantir a presença de seis mil pessoas, com vista a ultrapassar a capacidade da arena onde decorreu o comício de lançamento da candidatura de Lucia Bergonzoni, da Liga. Acabaram por se juntar à manifestação, na Piazza Maggiore, entre 12 e 15 mil pessoas, que entoaram cânticos de ordem como “Bella Ciao”.
O movimento, que não está associado a nenhuma força política, justifica a escolha do nome “Sardinhas contra Salvini” como uma alusão à expressão “sardinhas enlatadas”, numa analogia com a mobilização de pessoas em massa quer nos protestos quer em comícios políticos.