Rúben Amorim, treinador do Sporting, já esqueceu o título de campeão nacional e pensa no futuro do clube leonino. Para isso, o treinador admite que vai querer ver outros jogadores num dérbi contra o Benfica em que não perde ambição de vencer na Luz.
"Foi a festa de um clube que não ganhava há muito tempo. Era um peso que todos tinham. Passado três dias tenho a sensação que queremos mais. Já passou essa festa, agora temos de continuar a construir o futuro. Demos passos importantes, mas temos de continuar a trabalhar. Foi uma grande festa, o clube é enorme, mas queremos mais", começou por dizer, em conferência de imprensa.
O técnico reconhece que ao rodar a equipa pode arriscar o recorde de campeão sem derrotas, mas acredita que é mais importante para o clube preparar o futuro do que esse registo invencível.
"É sempre um dérbi, é importante para os adeptos, Benfica ainda está na luta por um lugar, mas temos coisas para andar para a frente. Temos de ver soluções, preparar o próximo ano, não perder esta época, mas preparar já o futuro. São recordes que são bons. Garantimos um título que ninguém pensava, só aí já entramos na história do Sporting. Preparar o futuro não impede isso, porque confiámos nos jogadores, mas parece-me melhor para o clube ser competitivo vários anos, vamos aproveitar os minutos todos. Temos de afastar os egos", continua.
Depois das celebrações efusivas pela cidade de Lisboa, Rúben Amorim diz que não foi difícil voltar a focar os jogadores no próximo jogo.
"Quando se ganha é mais fácil recuperar. O ambiente está bom, gostei da forma como voltaram, sem grande euforia, mas muito contentes. Trabalhámos muito bem, bem preparados, é jogo importante, eles sabem disso e foi fácil voltar a ter o foco no jogo. É importante finalizar bem. Todos querem jogar e isso ficou demonstrado nesta semana", explica.
Favoritismo dividido, vingança a ser feita
Rúben Amorim não sabe quem é a equipa favorita a vencer o dérbi, mas recusa a ideia que o Benfica está mais pressionado do que o Sporting, porque ainda luta pelo segundo lugar: "Favorito não sei, é sempre dividido. O campeão tem sempre muita pressão, não quero jogadores do Sporting com menos pressão", atira.
Nesse sentido, o técnico recorda o dérbi da última jornada da última temporada. O Sporting precisava do empate para ficar em terceiro lugar o Benfica já tinha o segundo posto assegurado. Carlos Vinícius deu a vitória às águias aos 88 minutos de jogo.
"Todos os jogos são importantes, tem menos pressão em termos de resultado e isso faz diferença, mas o Sporting tem de entrar sempre para vencer. No ano passado estavamos nós a lutar por um objetivo e o Benfica não e houve um golo aos 88 e foi muito celebrado também. Agora queremos vingar isso", atira.
Campeão sem tinta
O Sporting não vai à Luz para celebrar e os jogadores não vão pintar o cabelo, como é habitual num campeão nacional: "Não vamos obviamente para casa de outro clube pintar o cabelo. Ainda temos mais um jogo em casa, não vamos para lá festejar nada, vamos para ganhar mais um jogo. Vamos para jogar a sério e para ver coisas, não é inventar e desvalorizar o jogo".
Amorim foi campeão nacional como jogador no Benfica e agora enquanto treinador no Sporting. O jovem treinador não compara títulos e clubes, mas explica a diferença na responsabilidade.
"Como treinador tem um sabor diferente, como treinador há uma responsabilidade diferente, este t´tiulo por ser o treinador e o primeiro, com 19 anos de diferença foi realmente um título com muito significado. Mas não há comparação, era jogador, não comparo os dois clubes", termina.
O Sporting joga no Estádio da Luz com o Benfica neste sábado, às 18h00, jogo com relato na Renascença e acompanhamento, ao minuto, em rr.sapo.pt.