O primeiro-ministro, António Costa, anunciou esta segunda-feira que o défice de 2017 rondará "seguramente" o 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), "francamente" abaixo da meta inicial de 1,5%.
"O défice ficará francamente abaixo do 1,5%, que era a meta inicial, e rondará seguramente o 1,2% do PIB do ano passado", disse durante uma intervenção na Fundação AEP, no Porto.
António Costa adiantou ainda ter havido uma "forte redução" da dívida pública que, desde Outubro, inverteu uma tendência de crescimento que vinha de há vários anos, permitindo chegar ao final de 2017 com uma dívida que será de 126,2% do PIB, ou seja, melhor do que os 127% que se tinha estimado inicialmente.
O Governo tinha inscrito um défice de 1,6% do Produto Interno Bruto no Orçamento do Estado para o ano passado, reviu para 1,5% quando enviou o Programa de Estabilidade para Bruxelas, e em 21 de Dezembro António Costa anunciou que o défice iria ficar "abaixo dos 1,3%".
Um ano de "boas notícias" económicas
Para António Costa, 2017 foi um ano de "forte redução do desemprego", tal como confirmou o Instituto Nacional de Estatística (INE) ao rever em baixa a taxa de Outubro para 8,4%.
"O ano de 2017 foi, de facto, um ano onde do ponto de vista económico tivemos boas notícias, foi o ano de maior crescimento económico desde o início do século, foi um ano de forte redução do desemprego, como hoje o INE confirmou com a previsão da taxa de desemprego em Outubro de 8,4% e a previsão de podermos chegar a Dezembro com 8,2%", afirmou.
O INE reviu esta segunda-feira em baixa de 0,1 pontos percentuais a taxa de desemprego de Outubro para os 8,4%, valor mínimo desde Fevereiro de 2005, estimando para Novembro uma nova descida para os 8,2%.
Um ano antes, em Novembro de 2016, a taxa de desemprego situava-se nos 10,5%.
António Costa lembrou ainda que o ano passado ficou ainda marcado pelo crescimento sustentado "fortemente" assente no crescimento do investimento e do investimento privado e pelo aumento das exportações, o que significa que a economia portuguesa tem hoje um novo paradigma que tem assentado na capacidade competitiva internacional do país.
"E isto num contexto onde, simultaneamente, foi possível prosseguir a trajectória de redução do défice público e de forte redução da dívida pública que, desde Outubro, como estava previsto, inverteu uma tendência de crescimento que vinha de há vários anos, permitindo chegar ao final do ano com uma dívida que terá 126,2% do nosso produto, ou seja, melhor do que os 127% que se tinha estimado inicialmente", referiu.
Por isso, acrescentou, é necessário olhar para este ano sabendo como é que se pode sustentar esta dinâmica de crescimento, de criação de emprego e de boa condição das finanças públicas.