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Ainda se faziam contas a quantos e quais deputados da CDU eram eleitos e já quase todo o aparato da noite eleitoral no Centro de Trabalho Vitória, sede de campanha da coligação PCP-Verdes, estava desmontado.
Restaram alguns jovens sentados nas mesas na zona do café, de olhos postos na televisão, dando vivas quando os ecrãs davam conta da eleição de mais um deputado.
Foi praticamente o único sinal de alegria. Ao início da noite, quando as projeções saíram, o que se ouviu foi um silêncio profundo. A tribuna montada para as declarações aos jornalistas esteve sempre vazia, exceção feita quando Jerónimo de Sousa, poucos minutos antes das 22h00, fez a sua única declaração da noite, pouco antes de se confirmar que a coligação elegeu 12 deputados, menos cinco do que nas últimas legislativas.
"De facto, perdendo deputados, houve uma perda, assumimos isso", admitiu o dirigente comunista, para de imediato contrapor: "Estamos longe daquelas declarações mais ou menos agoirentas que consideravam que a CDU estava arrumada."
Durante a noite eleitoral, poucas foram as caras conhecidas que apareceram. Rita Rato, cabeça de lista pelo círculo da Europa (por onde o PCP nunca elegeu ninguém) foi a exceção. Rita Rato é, precisamente, um dos rostos que desaparece da bancada do PCP. Tal como Heloísa Apolónia, d'Os Verdes, que abandona o Parlamento após 24 anos como deputada.
"Assim que a assembleia abrir, lá estarei a intervir na defesa dos interesses dos trabalhadores e do meu povo", prometeu Jerónimo de Sousa, A declaração surgiu depois de a Renascença ter perguntado ao secretário-geral do PCP se o resultado faz tremer a sua liderança.
Confrontado com a questão, o líder comunista ganhou entusiamo na voz e garantiu que o que ouviu no terreno foi incentivo para continuar, um incentivo partilhado pelos restantes dirigentes do partido.
"Há que ir para a frente, com certeza", rematou. E abandonou a sala sob um forte aplauso dos apoiante que ali restavam.