Ex-funcionários da SpaceX dizem ter sido despedidos por criticarem Elon Musk
17-11-2022 - 12:12
 • Renascença

Oito dos nove funcionários afastados da empresa de exploração espacial avançaram com uma queixa contra o que dizem ter sido "despedimentos ilegais", na sequência de uma carta aberta crítica do milionário.

Um grupo de ex-funcionários da empresa de exploração espacial de Elon Musk, a SpaceX, denunciaram esta quinta-feira que foram despedidos no seguimento de uma carta aberta em que criticavam o patrão.

De acordo com o "New York Times", tudo começou quando cerca de 20 engenheiros foram convidados para uma reunião organizada na sede do fabricante de foguetões. O tema da conversa: o fundador e chefe da SpaceX, Elon Musk.

A reunião teve lugar um dia depois de cinco funcionários terem sido despedidos por terem escrito uma carta aberta na qual apelavam à SpaceX que condenasse o "comportamento nocivo" de Musk no Twitter, a rede social que o milionário entretanto aquiriu por 44 mil milhões de dólares e que usou para, nessa altura, partilhar informações sobre a resolução de um caso envolvendo queixas de assédio sexual contra ele na SpaceX.

Funcionários presentes nessa reunião, ocorrida em junho, dizem que o vice-presidente da empresa, Jon Edwards, os acusou de um "ato extremista" por terem publicado a carta em que criticavam Musk. Quando questionado sobre se o dono da empresa poderia sair impune após assediar sexualmente alguém, o mesmo responsável recusou-se a responder, dizendo apenas:

"A SpaceX é o Elon e o Elon é a SpaceX."

Esta carta aberta acabou por levar ao despedimento de nove funconários da empresa, oito dos quais avançaram esta quarta-feira com uma queixa formal junto do Conselho Nacional de Relações Laborais dos EUA pelo que dizem ter sido "despedimentos ilegais".

O caso SpaceX levanta novas questões sobre as práticas de gestão nas empresas de Musk, onde há pouca tolerância para a dissidência ou para a organização laboral e sindical.

Tesla, o fabricante de automóveis eléctricos que o homem mais rico do mundo também dirige, resistiu às tentativas de sindicalização nas suas fábricas e está envolvido em ações judiciais intentadas por trabalhadores que afirmaram não ter recebido aviso adequado antes de um despedimento em junho.