D. Manuel Clemente alerta. “A pandemia está aí e se não tivermos cuidado pode regressar”
03-05-2020 - 11:20
 • Renascença

Cardeal Patriarca de Lisboa lembra que a Igreja quer voltar a reunir os fiéis, mas sem qualquer risco de voltar a haver uma nova vaga.

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Na missa desta manhã, na Igreja do Parque das Nações, o Cardeal Patriarca de Lisboa apelou para que não haja retrocessos. D. Manuel Clemente lembra que a Igreja quer voltar a reunir os fiéis, mas sem qualquer risco de voltar a haver um novo surto.

“A Organização Mundial de Saúde acaba de avisar que a pandemia está aí e se não tivermos cuidado pode regressar ainda mais forte. Nós não queremos”, alertou D. Manuel Clemente, acrescentado: “Do fundo do coração queremos os nossos encontros habituais e as nossas celebrações habituais – isso é o que nós queremos, pois fomos ordenados para congregar o povo com a voz de Cristo pastor - mas então que nada volte atrás. O Papa insiste e a OMS lembra: não podemos descuidar nada”, frisou este domingo, um dia após a ministra da Saúde ter admitido a possibilidade de se realizarem as celebrações do 13 de Maio em Fátima.

Entretanto, o Santuário de Fátima reagiu às declarações da ministra Marta Temido dizendo que foi “apanhado de surpresa pelas declarações do Governo” sobre as celebrações religiosas de 12 e 13 de maio.

Este domingo, o cardeal patriarca de Lisboa dirigiu uma carta ao clero da diocese na qual destaca a necessidade de manter suspensão das celebrações comunitárias, “a bem da saúde pública”. Na missiva recorda ainda que o Governo não autorizou celebrações até ao fim deste mês.

“Sabemos que o fim do estado de emergência não significou o fim da pandemia e do grande perigo de ela alastrar, se não mantivermos o cuidado necessário. O Governo não autorizou celebrações religiosas em geral até ao fim deste mês; e o Santo Padre pediu para todos nós a graça da prudência e da obediência às orientações oficiais, para que a pandemia não regresse”, escreve.

O Cardeal patriarca recorda que o Governo não autorizou celebrações religiosas em geral até ao fim deste mês – um prazo para cumprir. “Custa-nos certamente, mas temos de cumprir, a bem da saúde pública. Atentos ao bem de todos e de cada um, com o cuidado que a sua vida nos requer, da saúde do corpo à do espírito, totalmente considerada e respeitada, para ser vida em abundância.”

Com o regresso das missas adiado até 30 de maio, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) assume a “a dificuldade pessoal de assim ter de ser, a bem de todos”.