Cresce a preocupação entre os empresários da restauração face à proibição de uso de louça descartável. Em tempo de pandemia, a atividade do segmento “take-away” aumentou de forma considerável e, com ela, a utilização destes utensílios.
Em declarações à Renascença, nesta quinta-feira, Daniel Serra, da associação Promover e Inovar a Restauração Nacional (Pro.Var), pede ao Governo que seja sensível à situação económica do setor, lembrando que "o contexto mudou e não será compreensível estar a insistir nesta norma, até porque o setor está a mudar e a conseguir reduzir bastante a utilização de pratos, talheres de plástico e outros produtos descartáveis".
Daniel Serra avisa que "a pandemia veio colocar o setor perante a falta de capacidade financeira para fazer esta adaptação que tem impacto significativo do ponto de vista dos gastos e do investimento".
Daí que o setor peça ao Governo "que seja sensível para adiar a entrada em vigor das novas regras, pelo menos até julho de 2021".
A ideia parece estar a ser acolhida pelo Governo. De acordo com o “Jornal de Negócios” desta quinta-feira, o executivo não fecha a porta a uma eventual revisão do diploma, mas fonte do Ministério do Ambiente, citada pelo jornal, reitera o empenho em assegurar a transposição da diretiva comunitária.
A lei que proíbe o uso de pratos e talheres plásticos entra em vigor a partir de 3 de setembro, uma vez que o Governo decidiu antecipar-se à diretiva comunitária sobre esta matéria, que só entrará em vigor em julho de 2021.
A Renascença já pediu esclarecimentos adicionais ao Ministério do Ambiente e da Ação Climática, mas, até agora, o gabinete de João Pedro Matos Fernandes ainda não respondeu.