A VINCI, empresa francesa que detém a ANA Aeroportos e que gere os aeroportos portugueses, está "à espera de decisões do Governo" para poder solucionar os problemas de congestionamento e voos adiados em Lisboa.
A leitura é de Luís Coimbra, antigo presidente da Navegação Aérea de Portugal, que garante que a empresa não entende o que o Governo português quer.
"A VINCI tem obrigação de resolver estes problemas, fazendo investimento no aeroporto de Lisboa. Não faz porque, defendendo os seus interesses, não entende o que o Governo quer: se são medidas provisórios até Montijo ser construído, se são estudos de avaliação estratégica para um novo aeroporto", começa por dizer, à Renascença.
Luís Coimbra garante que a situação em Lisboa tem a ver com "a falta de informação que existe para os passageiros e com a crise instalada em todo o mundo, de um aumento de tráfego em relação ao mesmo período de meses anteriores".
"O tráfego aumentou 500%. As pessoas decidiram todas começar a voar depois da pandemia", atira.
Luís Coimbra diz que os investimentos estão previstos por parte da VINCI, mas a empresa estará "à espera que Governo e Assembleia da República decidam o que é que querem".
O antigo presidente da NAV diz que o Aeroporto de Lisboa "rebenta pelas costuras em horas de ponta". "Lisboa não tem, nem terá capacidade para mais do que 40 ou 42 movimentos por hora", aponta.
Esta segunda-feira foi mais um dia de constrangimentos no Aeroporto de Lisboa, apesar de uma ligeira melhoria em relação ao que se verificou no fim de semana. No entanto, confirmam-se um total de 30 cancelamentos.
São 16 chegadas e 14 partidas. Tanto num caso, como no outro – metade dos cancelamentos dizem respeito a voos da TAP. E entre os vários problemas, destaca-se a falta de trabalhadores, segundo uma tripulante de cabine da companhia aérea, ouvida pela Renascença.
Em causa estarão também os constrangimentos provocados por greves em curso em aeroportos de vários países europeus, bem como problemas técnicos registados durante o fim de semana em Londres e Paris.
A presidente da TAP já veio admitir que houve problemas de absentismo devido à Covid-19 e a desafios relacionados com o verão, mas rejeita que haja falta de pessoal.