Um "não" massivo a Nicolas Maduro, num plebiscito organizado pela oposição. Na Venezuela, 98% de mais de sete milhões de eleitores rejeitaram o projecto de Assembleia Nacional Constituinte defendida pelo presidente venezuelano.
A consulta popular de domingo foi organizada pela oposição e Maduro não reconhece o resultado. O líder venezuelamo diz que a consulta popular foi ilegal e que só o Conselho Eleitoral poderia realizar um referendo.
Mas do lado da oposição nasce a esperança de que esta consulta possa conduzir a uma maior pressão internacional.
Em resultado da vitória obtida, os oponentes a Maduro foram para a rua e para uma nova escalada de protestos de forma a bloquear um novo congresso do Partido Socialista que lhe poderia reforçar a hegemonia.
Depois de vários meses de protestos dos quais resultaram já cem mortos, a oposição ma Venezuela organizou um referendo informal com o objectivo de deslegitimar Nicolas Maduro, que consideram ser um ditador.
Agora, a oposição fala de uma “hora zero” a partir da qual pretende criar movimento que só acabe na promoção de eleições gerais.
A táctica dos que estão contra o Presidente é a de bloquear estradas, sitiar edifícios, promover greves gerais, ou até marchar em direcção ao Palácio de Miraflores, tal como já haviam feito em 2002 quando Chávez estava no poder.
“A Venezuela está a levantar-se com dignidade e a dizer que a liberdade é algo de muito sério, bem como a democracia não é um valor que seja negociável”, diz Julio Borges, que lidera a oposição naquele país, depois de se conhecerem os resultados. “Não queremos uma Assembleia Constituinte que nos seja imposta, nem queremos ser Cuba. Não queremos viver num país sem liberdade”, justifica.