Jack Teixeira, o jovem de 22 anos acusado de expor documentos militares confidenciais dos EUA na plataforma Discord, aceitou esta segunda-feira um acordo judicial que inclui uma pena de prisão de 16 anos.
Teixeira, membro da guarda aérea nacional de Massachusetts, declarou-se culpado das seis acusações que de que é visado no processo federal, informou a ABC News. Os crimes mais graves são a posse e transmissão intencional de informações de defesa nacional.
Jack Teixeira foi detido abril de 2023, na casa de sua mãe em North Dighton, Massachusetts, depois de divulgar registos confidenciais para um grupo de jogadores no aplicativo de mensagens Discord da qual era administrador.
O lusodescendente ingressou na Guarda Nacional em setembro de 2019 e trabalhava no departamento de operações de defesa cibernética na base da Guarda Aérea Nacional de Otis em Cape Cod, Massachusetts. No âmbito das suas funções tinha acesso a documentos confidenciais e terá começado a partilhá-los na rede a partir de janeiro de 2022.
Entre os registos expostos por Teixeira estavam documentos militares altamente confidenciais sobre as defesas aéreas da Ucrânia, que incluíam mapas com as zonas mais sensíveis do conflito - que chegavam ao detalhe de localizar unidades militares no terreno - e ainda pormenores sobre fornecimento de armas e relatórios sensíveis com as principais fragilidades do exército de Kiev.
Havia também relatórios sobre o armamento da Coreia do Sul, a agência de inteligência Mossad de Israel, bem como os interesses chineses na Nicarágua e a luta russa no Ártico.
Supostamente, o militar divulgou esses documentos para impressionar os outros jogadores num grupo de chat do Discord Messenger.
O vazamento, que ficou conhecido como 'DiscordLeaks', é considerado a violação mais grave da segurança nacional dos EUA desde a publicação do 'WikiLeaks', em 2010, de mais de 700 mil documentos confidenciais.
Os efeitos do processo salpicaram a hierarquia militar americana. O comandante da unidade de Teixeira, Sean Riley, foi afastado do cargo e 14 outros oficiais e praças da Guarda Aérea Nacional foram repreendidos.