O Departamento de Segurança Pública do Estado norte-americano do Texas despediu um agente da polícia que estava na escola de Uvalde, onde 19 alunos e dois professores foram mortos num tiroteio, em maio.
Ericka Miller, porta-voz do departamento, confirmou que o sargento Juan Maldonado foi notificado do despedimento na sexta-feira, tornando-se o primeiro membro das forças de segurança a ser demitido devido à resposta policial ao tiroteio.
O relatório do comité de investigação constatou que mais de 370 agentes locais, estatais e federais responderam ao tiroteio, mas que demoraram mais de uma hora a confrontar e a abater o atirador, de 18 anos.
Maldonado era um dos sete agentes do Departamento de Segurança Pública colocados sob investigação interna no verão, depois do relatório ter revelado que o departamento enviou mais de 90 agentes para a escola de Uvalde, mais do que qualquer outra agência.
O diretor do departamento, Steve McCraw, descreveu a resposta da polícia como um "fracasso abjeto", mas colocou a maior parte da culpa no ex-chefe de polícia do Distrito Escolar de Uvalde, Peter Arredondo, que foi despedido em agosto.
McCraw disse à comissão de investigação que Arredondo tomou "decisões terríveis" à medida que o massacre se desenrolava e que um número suficiente de agentes podia ter respondido ao tiroteio três minutos depois de o atirador ter entrado na escola.
O autarca de Uvalde, os pais das vítimas e alguns membros do Congresso do Texas acusaram o Departamento de Segurança Pública estadual de tentar encontrar um bode expiatório para o fracasso.
O senador Roland Gutierrez, um democrata cujo distrito inclui Uvalde, reagiu à notícia do despedimento de Juan Maldonado dizendo que a responsabilidade do departamento não ficará por aí
"Faltam mais 90, mais o diretor" do Departamento de Segurança Pública, disse Gutierrez.
Os Estados Unidos registaram tiroteios graves este ano, como o ataque ao desfile do Dia da Independência em Highland Park, Illinois, e o tiroteio executado por um adolescente de 15 anos, que causou cinco mortos na capital da Carolina do Norte, a 13 de outubro.
Em resposta ao último tiroteio, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu novamente ao Senado que restrinja a venda de armas de assalto, já aprovada pela maioria democrata na Câmara dos Representantes.
Os EUA registaram este ano mais de 500 "tiroteios em massa" em todo o país, de acordo com dados do Gun Violence Archive, que considera ataques com pelo menos quatro vítimas como "em massa" e que não inclui o autor dos disparos caso este tenha morrido ou sofrido ferimentos.