Terminou a primeira volta da I Liga de futebol. O Sporting lidera no final da jornada 17 e com avanço significativo.
A equipa de Alvalade não era dada como favorita a conquistar o título. O certo é que os leões viram na frente com seis pontos de vantagem sobre o segundo classificado, o FC Porto, e conseguem a sua melhor primeira volta da sua história (14 triunfos e três empates).
A história não mente. Só por uma vez um líder desperdiçou seis ou mais pontos de avanço por esta altura. E o exemplo é recente: há um ano, o Benfica virou a Liga com 48 pontos, contra 41 do FC Porto, segundo classificado. A melhor primeira volta de sempre. Depois veio o descalabro e o treinador Bruno Lage acabou por sair do comando técnico das águias.
Face aos resultados deste ano, o técnico Rúben Amorim já colocou “água na fervura” dos adeptos, lembrando que esse recorde “não dá títulos”. O treinador mantém o discurso do “jogo a jogo” e a verdade é que já não faltam muitas partidas porque o Sporting só tem o campeonato para jogar, depois de ter tido derrotas seletivas que o colocaram, primeiro, fora das provas europeias e, depois, fora da Taça de Portugal.
Essa pode ser uma vantagem dos verde e brancos para reforçarem o favoritismo interno em relação aos seus adversários na luta pelo título. FC Porto, Sp. Braga e Benfica continuam nas duas provas e a carga de jogos é pesada em ano de pandemia, com calendários apertados.
FC Porto à espera de nova recuperação
Os dragões fecham a primeira volta com 39 pontos, a seis pontos da frente. Foi uma primeira volta instável dos azuis e brancos e as contas fecharam com um empate contra a Belenenses SAD, que acabou por fazer aumentar distâncias para o Sporting.
A equipa de Sérgio Conceição vem de uma recuperação épica na época passada. É com essa lembrança que vão entrar na segunda volta e a revalidação do título ainda é possível.
O Sp. Braga está no pódio, com 36 pontos, a nove pontos da frente e com o FC Porto à distância de uma vitória.
Os arsenalistas continuam na luta por fazer história e o plantel de Carlos Carvalhal tem opções para manter a pressão nos lugares de cima.
Benfica, a desilusão
O Benfica apostou forte nesta época, ano de eleições no clube. Luís Filipe Vieira fez um “all in” no regresso de Jorge Jesus e abriu os cordões à bolsa. Mais de 100 milhões de euros foram gastos em contratações, mesmo em ano de pandemia. Apesar disto, a desilusão é grande na viragem do campeonato.
Os encarnados estão em quarto lugar, com 34 pontos, a 11 do rival Sporting. É uma das piores primeiras voltas de Jorge Jesus desde que chegou a um “grande”, com 17 pontos perdidos.
A equipa da Luz recuperou sete pontos de atraso na época que terminou com Bruno Lage no comando. A 11 pontos ainda há esperança? Certo é que o ambiente não está fácil para os lados da Luz.
Paços surpreendentes
No quinto lugar, em igualmente pontual com o Benfica, está a surpresa da Liga. O Paços de Ferreira, de Pepa, soma seis vitórias consecutivas no campeonato e é o exemplo de que o orçamento não ganha jogos.
A permanência está garantida e tudo o que vier nos 17 jogos que faltam é ganho para os castores.
A fechar a parte de cima da tabela está o Vitória. Apesar de uma falsa partida, com Tiago no comando técnico, a equipa de Guimarães acertou agulhas, estabilizou desde a chegada de João Henriques e soma agora 30 pontos. A mescla entre juventude e experiência parece estar a resultar. Falta saber se dá para fazer melhor que o atual sexto lugar.
Abre-se depois um espaço na tabela e o Santa Clara, sétimo, surge com 22 pontos, mais um que o Moreirense. As duas equipas parecem tranquilas.
A permanência
Daqui para baixo, novo “buraco” na classificação e entra-se na luta pela permanência.
Nacional e Tondela (18), Marítimo (17), Belenenses SAD, Gil Vicente e Rio Ave (16), Portimonense (15) estão, pelo menos para já, acima da “linha de água”.
Com dificuldades para respirar estão Boavista (14) – apontada como a surpresa da época, o que não se confirmou -, Famalicão (14) – a equipa sensação da época passada – e Sp. Farense (13).
Esta temporada – convém recordar – há uma novidade na I Liga. Para além das duas equipas que descem diretamente, o 16.º classificado final irá defrontar o terceiro classificado da II Liga para uma “liguilha” de subida. Por isso, a luta pela permanência vai ser a mais dura dos últimos anos.
A pandemia e o calendário apertado vão continuar a ditar a sua lei. Ganhará o mais forte, mas, como diz o técnico Luís Castro, pode haver vários “campeões” em cada competição porque os objetivos são diferentes de equipa para equipa.