Passeios na marginal? "Não deve haver ajuntamentos. Ponto”, diz Graça Freitas
18-05-2020 - 13:34
 • Maria João Costa

Diretora-geral da Saúde diz que “é prudente não aligeirar” as medidas, considerando mesmo que é “demasiado cedo” para o alívios das medidas de forma a evitar uma segunda onda.

Veja também:


Ajuntamentos como os que Portugal assistiu no domingo junto a algumas praias não devem acontecer, apela a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.

“Relativamente aos ajuntamentos, não se devem verificar. Ponto”, afirmou a diretora-geral da Saúde na conferência de imprensa de apresentação do boletim diário Covid-19.

“Se houver densidade populacional num determinado sítio. é melhor não o frequentarmos. Quando formos para um sítio com muita gente, por mais atraente que seja, é evitá-lo”, pede Graça Freitas, em resposta a uma questão da Renascença.

A diretora-geral de saúde, faz a salvaguarda para pessoas “coabitantes que vivem na mesma casa”.

No passado domingo, várias praias portuguesas viram os seus paredões cheios de portugueses que aproveitaram o bom tempo para passear, como constatou a reportagem da Renascença que pode ver no vídeo em cima.

Na conferência de imprensa, Graça Freitas aconselha por isso, a manter a distância física “com ou sem máscara” e a evitar frequentar “zonas de grande densidade populacional”.

Já sobre a região do Algarve e a frequência das praias, a responsável adianta que “o Algarve foi uma das regiões do país com uma situação epidemiológica favorável, em que tudo aparenta estar controlado e esse ganho não se deve perder”.

Na região muito procurada para férias dos portugueses, e onde só se verificaram 15 óbitos, Graça Freitas diz que “é prudente não aligeirar” as medidas, considerando mesmo que é “demasiado cedo” para o alívios das medidas de forma a evitar uma segunda onda.

Recorde de recuperados

Foram dadas como recuperadas da Covid-19 mais 1.794 pessoas, nas últimas 24 horas, o número mais alto desde o início da pandemia.

Sobre este número, Graça Freitas referiu que, agora, “as instituições começaram a reportar mais, porque estão aliviadas do trabalho assistencial”.

A diretora-geral da Saúde fala sobre os dados estatísticos, para indicar que “está na altura de melhorar a informação sobre os recuperados”. Graça Freitas, que sublinhou que só no fim de uma pandemia poderá ser feita toda a análise estatística, indica, no entanto, que Portugal tem “base de dados” que indicam a situação de cada um dos casos desde o momento do seu diagnóstico.

Na dúvida, devemos desinfetar objetos e superfícies

Sobre um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS), que refere que é mais difícil a transmissão do vírus através de gotículas em objetos e superfícies, Graça Freitas alerta que é um estudo “não conclusivo e ainda não encerrado”.

A responsável de saúde avisa que, “na dúvida, o melhor é continuar a ter precauções em relação aos objetos e superfícies e a desinfetá-los e não levar diretamente as mãos à boca e ao nariz”.

No entender da responsável, este estudo poderá indicar “uma boa notícia porque permitira voltar à vida normal, mas ainda é cedo”. Graça Freitas refere que “não devemos deixar de recomendar limpeza e desinfeção”.

Já sobre a reabertura dos centros de apoio a pessoas com deficiência, a diretora-geral de saúde, indica cautela no desconfinamento.

Graça Freitas lembra que este tipo de centros é abrangido pelas mesmas regras das outras instituições. A DGS “além de fazer regras gerais, está disponível para dar informação adicional quando se trata de população com deficiência”, diz a responsável, que explica que “são situações particulares”, nomeadamente casos em que esses centros coabitam com creches.

“Estamos a aprender, treinando, para depois aplicar” afirma Graça Freitas.

Evolução da Covid-19 em Portugal