A irmã do líder norte-coreano, Kim Yo Jong, ameaçou a Coreia do Sul com um ataque nuclear, pela segunda vez em três dias, após Seul ter garantido que conseguiria lançar “um ataque preventivo” contra o Norte.
Num comunicado divulgado, esta terça-feira, pela agência de notícias central coreana oficial da Coreia do Norte, Kim Yo Jong chamou os comentários do ministro da Defesa da Coreia do Sul, Suh Wook, sobre um ataque preventivo um “sonho mirabolante” e a “histeria de um lunático”.
A irmã de Kim Jong Un sublinhou que Coreia do Norte não quer outra guerra, mas garantiu que Pyongyang irá retaliar com armas nucleares se Seul atacar, o que deixaria os militares sul-coreanos “à beira da destruição total e da ruína”.
Kim Yo Jong garantiu ainda assim que “a Coreia do Sul não é o nosso principal inimigo”, referindo-se de forma implícita aos Estados Unidos.
“Se os exércitos dos dois lados lutarem entre si, toda a nação coreana sofrerá um desastre como o de meio século atrás, que poderia ser mais terrível, não importa qual lado ganhe ou perca em uma guerra ou combate”, sublinhou.
No domingo, Kim Yo Jong já tinha chamado Suh Wook de “canalha”, avisando a Coreia do Sul de que poderia enfrentar uma “séria ameaça” por causa dos comentários do ministro da Defesa.
As tensões entre as duas Coreias estão altas, após Pyongyang ter acelerado este ano os testes de armas, incluindo o primeiro teste de um míssil de longo alcance desde 2017, a 24 de março.
Especialistas acreditam que a Coreia do Norte pode reforçar os testes nos próximos meses, possivelmente testando mísseis sobre o mar do Japão ou retomando os testes nucleares.
Durante uma visita ao comando estratégico de mísseis do país na semana passada, Suh Wook disse que a Coreia do Sul tem a capacidade e prontidão para lançar ataques de precisão contra o Norte se detetar que Pyongyang pretende disparar mísseis contra o Sul.
Kim Yo Jong é conhecida por sua influência nos assuntos inter-coreanos no regime de Kim Jong Un, ocupando o cargo de vice-diretora de departamento do Comité Central do Partido dos Trabalhadores, no poder desde 1948, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap.