A advogada do comandante dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande afirmou, nesta terça-feira, nas alegações finais do julgamento de Pedrógão Grande que decorre no tribunal de Leiria, que “o Ministério Público retalhou ardilosamente a prova produzida e o tribunal terá de usar de arte para que a justiça não saia daqui comprometida”.
“O Ministério Público tem a função de contribuir para a descoberta da verdade e, em função dessa verdade, pedir a condenação ou absolvição”, considerou Filomena Girão em declarações aos jornalistas.
Para a advogada, o Ministério Público “não pode acusar a todo o custo”, que foi o que aconteceu.
Filomena Girão acusa o Ministério Público de, no pedido de condenação de Augusto Arnaut, ter ignorado depoimentos de testemunhas, especialistas e governantes que afirmavam que o comandante não podia ter feito mais, pois não tinha nem meios, nem comunicações.
Por outro lado, não havia conhecimento técnico sobre o fenómeno climático “downburst” que vitimaria 63 pessoas e deixaria 44 gravemente feridas.
Para Filomena Girão “a conclusão de cinco anos de julgamento é que o comandante Arnaut não podia ter feito melhor do que fez.” “Fez tudo o que podia em condições dificílimas”, considerou a defensora, que disse esperar “que o sistema da justiça o reconheça”, pelo que “estamos absolutamente convictos de que a sentença será nesse sentido”, pois “é a única forma de fazer justiça”.
Nesta quarta-feira, serão as alegações finais dos defensores de Valdemar Alves, ex-presidente da câmara de Pedrógão Grande, José Graça, ex-vice-presidente e Margarida Gonçalves, responsável pelo Gabinete Técnico Florestal da autarquia.