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O Santuário de Fátima foi “apanhado de surpresa pelas declarações do Governo” sobre as celebrações religiosas de 12 e 13 de maio, disse este domingo à agência Lusa fonte do Santuário.
“O Santuário foi apanhado de surpresa pelas declarações do Governo” e “está a reunir todos os elementos para tomar uma posição” sobre as celebrações religiosas de 12 e 13 de maio em Fátima, afirmou uma fonte do gabinete de comunicação da instituição.
A ministra da Saúde, Marta Temido, disse, no sábado, que as celebrações do 13 de Maio, em Fátima, são “uma possibilidade”, desde que sejam uma opção dos organizadores e cumpridas as regras sanitárias.
“Se essa for a opção de quem organiza as celebrações, de organizar uma celebração do 13 de Maio onde possam estar várias pessoas, desde que sejam respeitadas as regras sanitárias, isso é uma possibilidade”, disse a governante, em entrevista à SIC.
Em 6 de abril, o Santuário de Fátima anunciou que a Peregrinação Internacional Aniversária de maio será este ano celebrada sem a presença física de peregrinos, devido à Covid-19, mas que se mantêm as principais celebrações.
Apesar de esta peregrinação não poder ser vivida nos moldes habituais, vão realizar-se "as principais celebrações na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, que serão presididas pelo cardeal D. António Marto e transmitidas pelos meios de comunicação social e digital", explicou.
O Conselho Nacional do Santuário de Fátima vai reunir-se para “tomar uma posição sobre as celebrações”, adiantou à agência Lusa a mesma fonte, sem indicar qualquer data.
Este domingo, o cardeal patriarca de Lisboa apelou para que não haja retrocessos. D. Manuel Clemente lembra que a Igreja quer voltar a reunir os fiéis, mas sem qualquer risco de voltar a haver um novo surto. Antes tinha publicado uma carta dirigida ao clero da diocese na qual destaca a necessidade de manter suspensão das celebrações comunitárias, “a bem da saúde pública”. Na missiva recorda ainda que o Governo não autorizou celebrações até ao fim deste mês.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 243 mil mortos e infetou mais de 3,4 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de um milhão de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.