O ministro da Saúde rejeitou esta segunda-feira o eventual fecho das urgências pediátricas de Loures (Lisboa) e do Barreiro Montijo (Setúbal), enquadrando antes essas situações no trabalho em curso para criar um novo modelo de urgências.
“Sempre que as coisas não estão a funcionar como devem, eu fico preocupado com esse facto. Devo dizer que, no caso concreto da região de Lisboa, isso tem de ser tratado no contexto da organização das urgências metropolitanas, porque foi isso que nós fizemos noutras regiões do país”, afirmou o ministro Manuel Pizarro.
Em Alcácer do Sal (Setúbal), no arranque da iniciativa Saúde Aberta pelos concelhos do litoral alentejano, promovida pelo Ministério da Saúde, o governante reagia à notícia sobre a urgência pediátrica do Hospital de Loures.
Questionado sobre qual a situação da urgência pediátrica noturna do Centro Hospitalar Barreiro Montijo (CHBM), o ministro afiançou que “não vai fechar, pelo menos não se pode dizer assim”.
“A resposta é a mesma em relação ao tema da margem norte do Tejo. Está a ser feito um trabalho pela direção executiva, em diálogo com os diferentes hospitais, Garcia de Orta, Setúbal, Barreiro, com os profissionais, com os autarcas, para encontrar um modelo de funcionamento que dê qualidade e segurança. Isso é o que é mais relevante”, argumentou.
Federação Nacional dos Médicos alerta para o encerramento noturno das Urgências de Pediatria de Loures e do Barreiro devido à falta de médicos
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM), alertou em comunicado, que a Urgência Pediátrica do Hospital Beatriz Ângelo (HBA), em Loures, “vai encerrar no período noturno, a partir de 1 de março, por falta de médicos”.
Uma medida que a FNAM atribui à “saída de quatro pediatras, tornando-se assim impossível assegurar a escala de urgência 24 horas por dia”.
Segundo a FNAM, está também em “risco o assegurar da urgência pediátrica aos fins de semana”, destacando que “nos últimos cinco anos, mais de uma dezena de pediatras rescindiram contrato com o HBA, devido às más condições de trabalho e à sobrecarga de horas de trabalho, sobretudo em serviço de urgência, que chega a ser de mais de 48 horas extraordinárias por semana”.
“Também em relação ao Centro Hospitalar Barreiro-Montijo (CHBM), foi noticiado o encerramento da urgência pediátrica no período noturno a partir de 1 de março”, lê-se no documento.
Para a Federação Nacional dos Médicos, “o encerramento noturno das urgências pediátricas do HBA e do CHBM colocam em causa a assistência médica às crianças e adolescentes destas zonas da Área Metropolitana de Lisboa, onde são amplamente conhecidas as dificuldades de acesso a médico de família, deixando a população sem alternativas”.
Segundo a FNAM, “é urgente criar condições para fixar médicos e estancar a constante saída de médicos do Serviço Nacional de Saúde, que tem levado ao encerramento de urgências por todo o país”, assinalando estar “firme na negociação por melhores condições de trabalho e por grelhas salariais justas que compensem a massiva perda de 20% do poder de compra dos médicos na última década”.