O Tribunal Cível do Porto rejeitou a providência cautelar do Benfica, que tinha o objectivo de impedir o FC Porto de divulgar mais e-mails, no programa "Universo Porto da Bancada", do Porto Canal. Em reacção, Francisco J. Marques, director de comunicação dos dragões, prometeu continuar a lutar pela verdade desportiva.
Em Setembro, os encarnados avançaram com uma providência cautelar ao clube rival, por forma a impedi-lo de continuar a divulgar alegados e-mails comprometedores. Esta sexta-feira, a decisão do tribunal foi conhecida: os dragões podem prosseguir com a sua demanda.
Explicando que a concorrência desleal, argumento legal usado pelas águias, pressupõe sempre "a existência de concorrência entre empresas na luta pela captação e fidelização de clientela por forma a poderem expandir a sua actividade e ganhar e manter a quota de mercado", o tribunal considera que "não é concebível uma transferência de adeptos ou sócios de um clube para o outro".
Danos de patrocínio invalidados
No pedido de providência cautelar, o Benfica alegou, também, possíveis danos reputacionais e nos acordos de patrocínio, provocados pelo caso. O tribunal rejeitou esse argumento, entendendo não existir "qualquer facto que indicie, ou de onde se possa retirar a possibilidade, o potencial dano dos patrocinadores fazer cessar o seu patrocínio".
O Tribunal Cível do Porto ressalvou, de resto, ter analisado o caso apenas da perspectiva do argumento apresentado pelas águias, eventual concorrência desleal, pelo que as "alegadas ilicitudes na obtenção dos elementos", dados que poderão ter "relevância em sede penal", não o têm em "sede do instituto da concorrência desleal".
Desta forma, o FC Porto e o seu director de comunicação, Francisco J. Marques, podem continuar a divulgar os e-mails, nos mesmos moldes em que o têm feito, até agora.
O "homem-forte" da comunicação azul e branca reagiu no Twitter: "O polvo começa a perder força. O caminho é continuar a desmascarar a farsa. Por um futebol limpo."