Rock in Rio continua no Parque Tejo em 2026
23-06-2024 - 14:09
 • Maria João Costa , Daniela Espírito Santo

A informação confirmada pela organização este domingo, em conferência de imprensa. Pela primeira vez, o festival esgotou três dos quatro dias. 300 mil pessoas passaram pelo Parque Tejo que reabre ao público a 15 de julho.

É oficial. O Rock in Rio Lisboa vai continuar no Parque Tejo, em 2026. A informação foi confirmada este domingo, em conferência de imprensa, pela organização. No evento esteve também presente o presidente da câmara municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que anunciou a novidade junto a Roberta Medina, vice-presidente executiva do Rock in Rio Lisboa.

“Eu fico”, disse Carlos Moedas, ao que Roberta Medina respondeu “nós ficamos” sobre a permanência do festival no recinto estreado este ano. Quanto à renovação do evento será assinada na próxima terça-feira e será apenas para a próxima edição de 2026.

Questionada pela Renascença sobre se já começou a pensar no cartaz, Roberta Medina confessou que gostaria de trazer a Lisboa, a cantora norte-americana Pink. É um “sonho antigo” da vice-presidente, mas do qual ainda não desistiu.

Quanto a melhoramentos para a próxima edição, a filha do fundador do Rock in Rio explicou que vão trabalhar nesse dossier. “A gente vai fazer ajustes, com certeza”, disse, e acrescentou que irão “crescer ainda mais em infraestrutura”.

“Quando a gente planejou o evento com referência à Bela vista, vimos que o que aconteceu foi muito mais potente, então, a gente vai ter ajuste e, na verdade, o que é interessante é que cabem as pessoas, mas elas não circulam! Existe espaço, mas o público não vê esse lado do palco que está vazio nos concertos, então é óbvio que é preciso remodelações para que a circulação do público seja ainda mais agradável”, sublinhou Roberta Medina.

Já o autarca, Carlos Moedas explicou que o “Rock In Rio deixa um milhão e meio de euros para a cidade em infraestruturas”. Segundo o presidente da câmara de Lisboa, “isso é importante que se diga e que se agradeça”, mas Moedas destaca também “a marca de visibilidade e identidade para a cidade”, que considera coloca as coisas “noutro patamar”.

“Quando o Papa visitou Lisboa tivemos esse patamar e agora voltamos outra vez, de uma maneira que nunca tinha acontecido, a estar nas bocas do mundo. Isso é muito importante para a cidade. É muito importante para Portugal e foi uma aposta, uma inovação e um risco que tomamos com a Roberta [Medina], mas que no nosso coração acho que já sentíamos que era para o futuro”, afirmou.

O autarca confessou que o risco de mudar o evento de sítio foi mantido em segredo ainda antes da realização da Jornada Mundial da Juventude. Carlos Moedas explicou que agora o parque voltará a ser usufruído pelo público já em julho.

“A partir de 15 de julho vai estar aberto ao público. Há muita gente que vem aqui para ver aquela pala que foi criada num momento muito especial, com a visita do Papa e com muitos jovens a pensar o futuro e, portanto, a partir de 15 de julho vai haver um caminho para poderem vir aqui com algumas infraestruturas que vamos deixar”

São 30 hectares “de cidade verde”, reforça Moedas que sublinha as “infraestruturas elétricas” que o Rock in Rio Lisboa deixa no Parque Tejo. Já Roberta Medina explicou que irão “deixar uma unidade de casas de banho permanentes” no parque, onde serão instaladas também algumas mesas para picnics.

Questionado pela Renascença, sobre se o espaço precisa de árvores, o autarca admite que que sim. “Precisa não só de arvores, mas também de iluminação”, referiu, ao que Roberta Medina acrescenta que “existe um grupo de arquitetos contratados para fazer um estudo preliminar”.

300 mil pessoas no Rock in Rio Lisboa

Na conferência de imprensa, a organização confirmou que este ano passarão um total de 300 mil pessoas pelo festival. Três dos quatro dias do evento esgotaram, com 80 mil pessoas em cada um dos dias do evento, 60 mil no segundo sábado e 80 mil no último dia do Rock in Rio.

“Claro que a mudança é sempre desafiadora”, admitiu Roberta Medina. “Foi uma jornada muito bacana e, de repente, a gente chega a três dias esgotados. Nunca aconteceu na história do Rock In Rio, em Lisboa!” admite a organizadora que fala em “alegria e gratidão” com esta “aceitação do público a essa nova experiência gigantesca”.

Segundo números avançados na conferência de imprensa que decorreu na tenda VIP, este ano, o Rock in Rio teve bilhetes comprados em 106 países, fora de Portugal. “Não sabemos as nacionalidades”, explicou Roberta Medina que quer agora apostar em internacionalizar o festival, com campanhas de promoção fora de Portugal.

A vice-presidente executiva do Rock in Rio Lisboa voltou também a pedir ao público para apostar no uso de transportes públicos para chegar ao recinto. Roberta Medina considera mesmo que Rock in Rio trouxe nesse aspeto um lado inovador que pode também ser aplicado a eventos de outra natureza como os desportivos.

“A gente provou que é possível e que não existe isso dos portugueses não andarem de autocarro!” apontou Medina. “Andam se tiver qualidade, eficiência, com bom sistema organizado”.

Na opinião da vice-presidente executiva, estamos perante “um marco”. “Isto vale para música ou para desporto”, indica Roberta Medina que considera que a cidade e o país “tem infraestruturas geniais para receber grandes eventos” aos quais o público pode aceder usando os transportes.

Além das 300 mil pessoas, o público a que chegou o Rock in Rio foi mais alargado devido aos média. Segundo a organização, através da televisão houve 4,7 milhões de espetadores e 4 milhões de ouvintes através da rádio.

[Notícia atualizada às 16h19 de 23 de junho de 2024]