A Organização Mundial de Saúde (OMS) avisou, esta segunda-feira, que a Faixa de Gaza "está a ficar sem água" e que o enclave enfrenta uma crise de saúde pública iminente. A organização já tinha divulgado que os hospitais em Gaza e na Cisjordânia foram alvo de mais de 110 ataques desde 7 de outubro.
A agência das Nações Unidas declarou que mais de 3.500 pessoas em 35 hospitais estão em risco imediato. A OMS pediu, ainda, "acesso sem obstruções" de Gaza à ajuda humanitária pronta a chegar.
A UNICEF também avisou que as crianças e famílias em Gaza "estão praticamente sem água", e que são "forçados a usar água suja de poços, aumentando o risco de doenças transmitidas pela água".
A questão do fornecimento de água é uma das mais importantes do momento na Faixa de Gaza. O enclave, sob bloqueio económico de Israel desde 2007 - ano em que o Hamas assumiu o controlo do território -, está sem água potável há cinco dias.
Israel anunciou, no domingo, a reposição, de forma limitada, do abastecimento de água no sul de Gaza. No entanto, o Ministério do Interior de Gaza, citado pela Reuters, negou que o abastecimento de água tenha sido recuperado – uma informação confirmada pela ONU.
“Os habitantes bebem água insalubre, o que coloca um sério risco de saúde que ameaça as vidas dos cidadãos”, disse o porta-voz do Ministério, Eyad al-Bozom.
A chegada de ajuda humanitária à Faixa de Gaza era esperada para esta segunda-feira. Contudo, a abertura anunciada da fronteira em Rafah, com o Egito, não se concretizou, e a zona até foi atacada por Israel - provocando pelo menos cinco mortos.
A União Europeia anunciou uma ponte aérea com o Egito, para enviar ajuda humanitária. Mas a entrada desta ajuda depende de a fronteira terrestre com Gaza ser reaberta.