O Arsenal, Liverpool, Tottenham e Manchester United anunciaram, em comunicado, que se juntam ao Manchester City na lista de equipas que deixou o projeto da Superliga Europeia. Resta apenas o Chelsea oficializar a saída, o que deverá ser uma questão de horas segundo a imprensa inglesa.
Os "gunners" pedem mesmo desculpa por terem integrado o projeto: "Nunca foi nossa intenção de causar esta discórdia, não queríamos ficar para trás quando surgiu o convite e a nossa intenção era assegurar o futuro do Arsenal. Depois de ouvirmos os adeptos e a comunidade do futebol, decidimos retirar o Arsenal da proposta Superliga Europeia. Cometemos um erro e pedimos desculpa".
O clube reconhece que "demorará tempo a restaurar a confiança dos adeptos". "Temos de trabalhar juntos para encontrar soluções que assegurem o futuro do desporto".
Já o Liverpool emitiu um breve comunicado: "O Liverpool confirma que descontinuou a sua participação na Superliga Europeia. Nos últimos dias, o clube recebeu várias opiniões dos seus acionistas e queremos agradecer-lhes pelas suas contribuições".
O presidente do Tottenham, Daniel Levy, diz que "arrepende-se da ansiedade que a proposta trouxe". "Sentimos que era importante que o Tottenham participasse no desenvolvimento de uma nova estrutura que trouxesse maior sustentabilidade financeira e continuar a dar apoio à pirâmide do futebol".
O Manchester United, com uma nota mais breve, revela que "ouviu com atenção os seus adeptos, acionistas, o governo britânico e que vai continuar a trabalhar para desenvolver soluções para a sustentabilidade financeira do desporto".
Assim sendo, O Arsenal, Liverpool, Tottenham e Manchester United juntam-se ao Manchester City no lote de equipas que já desistiram da Superliga Europeia. De acordo com a imprensa inglesa, o Chelsea vai também seguir pelo mesmo caminho.
Em causa esteve a enorme pressão por parte dos adeptos, jogadores e treinadores, que se mostraram contra a ideia da prova que prevê uma competição com lugar cativo para 15 clubes, sem despromoções, com interesses financeiros como principal motivação.
Desde domingo que as reações têm surgido em grande número por parte de jogadores, antigos atletas, e até treinadores dos clubes que integram o projeto, como Jurgen Klopp e Pep Guardiola. Ontem, os protestos começaram em Elland Road, no jogo entre Leeds e Liverpool e prolongaram-se nesta terça-feira.
Centenas de adeptos do Chelsea estiveram em Stamford Bridge, antes do jogo com o Brighton, com a lenda do clube e atual diretor técnico, Petr Cech, a tentar acalmar os adeptos e a pedir tempo para resolverem a situação.
AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, Barcelona, Inter de Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Tottenham e Real Madrid anunciaram no domingo a criação da Superliga Europeia. O objetivo dos 12 clubes fundadores é começar o mais rapidamente possível, com um total de 20 emblemas — 15 cativos e cinco rotativos.
Os 12 clubes referidos pretendem acrescentar outros três ao lote de lugares cativos na competição. O FC Porto recebeu contactos informais para integrar a Superliga Europeia, mas o presidente do clube português, Pinto da Costa, esclareceu que rejeitou o convite, por considerar que a nova competição viola as normas da UEFA e da União Europeia.
UEFA e FIFA confirmaram que os jogadores das equipas que disputem a Superliga serão banidos dos Europeus e Mundiais e proibidos de representar as suas seleções. A UEFA já está a estudar uma forma de excluir, com efeitos imediatos, os 12 clubes fundadores da Superliga das competições europeias.