Os números dramáticos da pandemia de janeiro abriram caminho para um cenário que se aproxima mais de um cenário controlável – indiciando resultados positivos do confinamento parcial em curso.
Apesar de variações diárias nos novos contágios, ou no número de internados em unidades de cuidados intensivos, o quadro é francamente positivo quando a comparação é feita com as semanas iniciais de janeiro, as semanas que se seguiram ao Natal e ao fim de Ano.
O índice de contágio (o RT) reduziu-se para metade em 25 dias, mas a queda de novos casos enfrenta uma tendência de abrandamento significativo. Mais positivo é o quadro nos hospitais: mantendo-se a trajetória de descida, no final da próxima semana pode já haver menos doentes internados com Covid-19 que no período do Natal.
Enquanto isso, o Presidente da República pediu um plano para o desconfinamento, mas o primeiro-ministro não pretende mostrar sinais de abertura em público – a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, foi dizendo na quinta-feira que as unidades de cuidados intensivos ainda estão excessivamente preenchidas para se começar a falar em desconfinamento, mas, no sábado, ainda sem datas e modelo, que começará pelas escolas.
As várias dimensões do combate à pandemia, desde o processo de aconselhamento científico passando pela vacinação e medidas de apoio à economia, a discussão pública do PRR e os protestos em Espanha estão em equação neste Conversas Cruzadas.
A análise é de Nuno Garoupa, professor da GMU Scalia Law, Nuno Botelho líder da ACP – Câmara de Comércio e Indústria do Porto e Álvaro Beleza, presidente da associação cívica referência do espaço público, a SEDES.