O comentador d’As Três da Manhã entende que impedir o Chega de eleger um deputado para a vice-presidência da Assembleia da República pode conduzir a uma “maior vitimização” do partido de André Ventura.
“Tem um aspeto negativo que é a vitimização do Chega aumentar”, diz Henrique Monteiro, acrescentando que será oportunidade para Ventura dizer que “isto é o sistema” e o “sistema é contra nós”.
Por outro lado, o comentador considera que “este tipo de cerco, de dizer que o Chega não põe lá um vice-presidente, pode ser visto como positivo”. Ou seja, é uma forma de “dizer que não se transige com aqueles que são intransigentes, não somos tolerantes com intolerantes”.
Mas para Henrique Monteiro “é preciso pensar se isto não abre um precedente. E, às tantas, quem tem a maioria no Parlamento ocupa os lugares todos, porque se acaba com a regra cavalheiresca dos três ou quatro partidos maiores terem representação”.
Lembra ainda que esta é “uma situação relativamente inédita”, nunca se colocou em relação a nenhum outro partido, e alerta que o Chega tem “direito natural à presidência de uma comissão parlamentar”.
Já em relação a António Costa deixar o partido de fora da ronda de reuniões com os partidos a anteceder a tomada de posse do próximo Governo, Henrique Monteiro considera que “é completamente diferente”.
“Não tem qualquer obrigação e, se entende que com o Chega não pode fazer ponte nenhuma, faz o que entender, reúne-se com quem entender”, remata.