"Há um bloco central dos interesses que se protege de maneira muito pouco transparente"
23-04-2018 - 10:17

Henrique Raposo e Jacinto Lucas Pires comentam o caso que envolve a EDP e o ex-ministro Manuel Pinho e ainda a entrevista do vice-presidente do PSD Castro Almeida à Renascença e ao jornal "Público".

“São sempre os mesmos: EDP, BES, PT…”, diz Henrique Raposo. Jacinto Lucas Pires não tem dúvidas: “é preciso investigar, investigar e perceber o que há aqui de criminoso” e “o que não terá nada de criminal, mas que seja, do ponto de vista ético, inconcebível”.

O antigo ministro da Economia Manuel Pinho (PS) é suspeito de ter recebido meio milhão de euros do Grupo Espírito Santo enquanto exercia funções, em troca de benefícios alegadamente concedidos à EDP. A empresa pagou-lhe depois uma cátedra na Universidade de Columbia, nos EUA.

O facto de “a EDP ter financiado um modo de vida nova-iorquino a Manuel Pinho” já “era suficiente para nós, como sociedade, renegociarmos tudo o que aquele cavalheiro tinha feito como ministro”, defende Henrique Raposo.

Diz o comentador que “se juntou aqui o pior da direita com o pior da esquerda: a elite do BES com uma elite agregada ao PS”.

Outro tema em debate foi a entrevista, à Renascença e ao jornal “Público”, do social-democrata Manuel Castro Almeida, no programa Hora da Verdade.

O vice-presidente do PSD fala sobre os acordos assinados entre o PSD e o Governo e sobre os futuros entendimentos, por exemplo, na Saúde e na Justiça.

Na opinião de Jacinto Lucas Pires, “ainda não temos um programa alternativo real” da parte do PSD.

Henrique Raposo recorre à capa do “Público” desta segunda-feira para concluir que “o bloco central [PS/PSD] não precisa de uma forma explícita e legal” para existir sociedade.

“Às vezes o PCP tem mesmo razão: o bloco central dos interesses existe mesmo. Há um bloco central dos interesses que se protege de maneira muito pouco transparente”, afirma.