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As altas temperaturas previstas para os próximos dias criam “condições que podem ser favoráveis à propagação e desenvolvimento de incêndios florestais”. Patrícia Gaspar, adjunta do comando da Autoridade Nacional de Protecção Civil, lembra por isso os comportamentos proibidos nesta altura.
- É proibida a realização de queimada de fogueiras, seja para recreio ou para lazer ou mesmo para a confecção de alimentos.
- Não é permitido lançar balões, fumar, fazer lume.
- É proibida a utilização de equipamentos de queima e combustão que sejam destinados a esta confecção – portanto, nada que possa recorrer ao uso do fogo.
- Não é permitido queimar matos, sejam cortados sejam amontoados nem os sobrantes das explorações agrícolas.
“Ou seja, tolerância zero para o uso do fogo nos espaços florestais”, sublinha a responsável.
Patrícia Gaspar apela à adaptação dos comportamentos às condições existentes e insiste que “é preciso ter consciência que qualquer distracção, qualquer descuido pode, nestas condições meteorológicas, desencadear aquilo que poderá ser uma grande ocorrência de incêndio florestal”.
Em entrevista à Renascença, a adjunta do comando da Autoridade Nacional de Protecção Civil diz ainda que foram colocados “grupos de reforço em zonas de maior risco”, uma decisão que voltará a ser avaliada durante a manhã, “após o briefing que fazemos todos os dias com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera”.
“Vamos aferir de forma mais assertiva aquilo que serão as próximas horas e repensar aquilo que será a estratégia para o próximo fim-de-semana”, indica.
Mais de 30 concelhos de sete distritos de Portugal continental estão esta sexta-feira em risco 'máximo' de incêndio.
Faro, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Bragança, Leiria e Santarém são os distritos afectados, de acordo com o IPMA, que colocou ainda vários concelhos em risco 'elevado' e 'muito elevado'.
O risco de incêndio determinado pelo IPMA engloba cinco níveis, que podem variar entre o "reduzido" e o "máximo".
Desde Janeiro, a floresta portuguesa perdeu mais de 28 mil hectares para o fogo – a maior área da última década no mesmo período e quase cinco vezes mais do que a média anual dos últimos dez anos.