Pelo menos 19 rebeldes e 16 combatentes pró-regime morreram nas últimas 24 horas em combates na zona de Alepo, no norte da Síria, indicou uma organização não-governamental (ONG).
De acordo com a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), com sede em Londres, os rebeldes mortos pertenciam à Frente Al-Nosra, ramo sírio da rede terrorista Al-Qaeda, e grupos rebeldes aliados.
O regime lançou barris de explosivos sobre um bairro na zona nordeste da cidade de Alepo, causando vários feridos, incluindo crianças, acrescentou o OSDH.
"Violentos combates começaram depois da meia-noite [de domingo, hora local] em várias frentes no sul da província de Alepo", indicou a ONG, que tem uma vasta rede de informadores em todo a Síria.
Combatentes do movimento xiita libanês Hezbollah estão a lutar ao lado das tropas do regime sírio e de outras milícias lealistas contra 'jihadistas' e grupos rebeldes aliados, precisou o OSDH.
"Bombardeamentos e combates mataram 19 membros da Al-Nosra nas últimas 24 horas [...], 16 combatentes pró-regime também foram mortos", declarou o OSDH, acrescentando que um dos 'jihadistas' se fez explodir.
Uma trégua entre o regime de Bashar al-Assad e rebeldes permitiu às tropas lealistas concentrarem-se na luta contra os 'jihadistas', excluídos deste acordo iniciado por Washington e Moscovo.
Este cessar-fogo está a ser globalmente respeitado desde que começou, a 27 de Fevereiro, em toda a Síria, mas os combates prosseguem nas zonas onde a Frente Al-Nosra está activa.
Em redor de Alepo, nomeadamente, "o cessar-fogo foi quase abandonado nas principais linhas da frente", considerou o director do OSDH, Rami Abdel Rahmane.
O grupo salafista armado "Ahrar al-Sham está a realizar uma ofensiva, com os seus aliados, para recuperar as zonas em torno de Alepo, que o regime tomou antes da entrada em vigor da trégua", disse à agência noticiosa France Presse (AFP).
Hoje, o regime largou barris de explosivos sobre o bairro de Haydariyé em Alepo, afirmou o OSDH, lamentando "uma nova violação do cessar-fogo", ao mesmo tempo que garantiu que nenhum 'jihadista' da Al-Nosra ou do grupo extremista Estado Islâmico (EI) se encontrava na zona.
Imagens obtidas por um operador de vídeo da AFP mostravam socorristas a transportar pelo menos cinco feridos ensanguentados, incluindo três crianças, para ambulâncias.
De acordo com um socorrista, um homem, a mulher e os cinco filhos ficaram feridos quando os barris de explosivos atingiram a sua casa.
"Aqui só há civis, crianças, mulheres e idosos. Não estamos armados, não somos o EI", gritava um homem na rua.
Os rebeldes bombardearam repetidamente o bairro curdo de Xeque Maksud em Alepo, matando dezenas de civis desde o início da trégua.
O conflito sírio causou mais de 270 mil mortos e vários milhões de deslocados desde 2011.