Papa envia cardeais para mediar guerra na Ucrânia
07-03-2022 - 14:17
 • Ângela Roque

Segundo o Vaticano, a presença dos dois cardeais para mediar o conflito entre a Rússia e a Ucrânia é a “expressão da solidariedade da Igreja” para com o povo ucraniano que sofre.

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O cardeal Konrad Krajewski, responsável pelas obras de caridade do Papa, chega esta segunda-feira à fronteira da Polónia com a Ucrânia, e o cardeal Michael Czerny, do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, é aguardado amanhã na Hungria.

O envio dos cardeais segue-se ao anuncio do Papa Francisco, que garantiu no domingo que a Santa Sé está disposta a “fazer de tudo” para mediar o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, e “colocar-se ao serviço” da paz.

Durante a oração do Angelus, o Papa anunciou, então, o envio de dois cardeais para a Ucrânia “para servir o povo, para ajudar”.

Os responsáveis escolhidos foram o cardeal Konrad Krajewski, o ‘Esmoler’ pontifício - responsável pelas obras de caridade do Papa -, e o cardeal Michael Czerny, do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral da Santa Sé.

Em comunicado, o Vaticano esclarece que o cardeal Krajewski chegará já esta segunda-feira à fronteira entre a Polónia e a Ucrânia, e que o cardeal Czerny estará na terça na Hungria, para “visitar alguns centros de acolhimento” de refugiados, mas que “ambos se dirigem à Ucrânia” onde, dependendo da situação, “chegarão nos próximos dias”.

Os enviados do Papa pretendem inteirar-se da situação de muitos residentes africanos e asiáticos na Ucrânia, refere o comunicado, sublinhando que há “informações preocupantes” sobre o aumento do tráfico humano e a introdução ilegal de migrantes nas fronteiras dos países vizinhos.

“Esta presença de dois cardeais, lá, é a presença não só do Papa, mas de todo o povo cristão, que se quer aproximar e dizer: a guerra é uma loucura, parai por favor! Olhai para esta crueldade”, afirmou Francisco durante a oração do Angelus, em que condenou a escalada da violência.

O Papa sublinhou que “não se trata apenas de uma operação militar, mas de guerra, que semeia morte, destruição e miséria”, renovou o apelo para que se “assegurem realmente corredores humanitários”, agradeceu a todos os que estão a acolher os refugiados e também aos profissionais da comunicação social que se encontram no terreno.