Vários milhares de militares vão ser destacados para a fronteira dos EUA com o México, indicou o secretário da Defesa interino norte-americano, Patrick Shanahan.
Neste momento, cerca de 2.350 soldados participam na polémica missão que visa aumentar a segurança desse limite territorial dos EUA: ajudam os agentes de vigilância das fronteiras fornecendo-lhes apoio logístico e instalando vedações de arame farpado.
Estas tropas foram destacadas por ordem do Presidente norte-americano, Donald Trump, antes das eleições legislativas intercalares de novembro passado, quando caravanas de migrantes centro-americanos se dirigiam para os Estados Unidos da América para fugir à violência e à pobreza dos seus países de origem.
Numa conferência de imprensa realizada no Pentágono, Patrick Shanahan disse que "vários milhares" de militares vão ter enviados para participar nessa missão que devia terminar a 31 de janeiro, mas que foi prolongada até final de setembro.
O Departamento de Segurança Nacional pediu mais ajuda para instalar vedações e para "uma vigilância alargada", explicou Shanahan.
O porta-voz do Pentágono, o tenente-coronel Jamie Davis, indicou em seguida que a dimensão desse reforço será posteriormente precisada, mas que incidirá sobre um contingente de "vários milhares".
O destacamento do exército para a fronteira com o México era um dos pontos de discórdia entre Trump e o secretário da Defesa Jim Mattis, que se demitiu em dezembro após o inesperado anúncio da Casa Branca de retirar as tropas norte-americanas da Síria.
Patrick Shanahan é secretário da Defesa interino desde o começo de janeiro e era, até substituir Mattis, subsecretário da Defesa.
Em novembro, recorde-se, o Presidente dos EUA radicalizou mais ainda o seu discurso anti-imigração (precisamente em vésperas das eleições para o Congresso) e deu ordem aos militares na fronteira com o México para dispararem contra os imigrantes em caso de arremesso de pedras.
"Espero que não aconteça. Mas se alguém atirar pedras, vamos considerar que é um ataque com uma arma de fogo – porque a diferença não é muita. Querem atirar pedras aos nossos militares? As nossas forças vão responder com tiros”, disse.