André Ventura, líder do Chega, anunciou este sábado que vai pedir uma audição do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças para esclarecer a polémica sobre a medida da AD para a redução do IRS.
“O Chega usará do seu poder parlamentar para chamar, já no primeiro dia, o ministro das Finanças à Comissão de Orçamento e Finanças, bem como a secretária de Estado dos Assuntos Fiscais, para explicar efetivamente ao país qual é a descida de IRS que se propõe fazer para o próximo ano, qual o alcance que terá e qual o seu impacto nas famílias portuguesas”, anunciou André Ventura numa conferência de imprensa na sede do partido.
O Partido Socialista vai avançar com um pedido de debate de urgência na Assembleia da República, a propósito da polémica com a redução do IRS, mas André Ventura entende que este pedido não é suficiente e acusou Montenegro de estar a seguir o orçamento e estratégia fiscal de António Costa.
O líder do Chega afirmou também que o Governo prometeu um choque fiscal de 1500 milhões de euros, mas que, afinal, mais não é do que a concretização daquilo que o anterior executivo tinha prometido. Ventura considerou, por isso, que este alívio fiscal é uma “desilusão tremenda” e "uma tremenda quebra de confiança nos eleitores e naqueles que esperavam um choque fiscal”.
"Afinal, ontem à noite as coisas mudaram e afinal não vai ser este acrescentado à descida e ao impacto dos vários escalões de IRS, é um valor de 180 milhões. Então isto é mentir aos portugueses e, no que a nós respeita, é mentir-nos. A politica não se faz assim, sobretudo quando não há maiorias absolutas", disse.
"Eu apelei no fim: não se ganha confiança assim. E este é o décimo ou décimo quinto aviso que damos nesta matéria. O governo de Luís Montenegro está cego e acha que é seguir em frente, independentemente do que digam políticos, jornalistas, oposição e seguir em frente, não é assim".
André Ventura ameaçou ainda bloquear a proposta da AD sobre a redução do IRS quando for a votos no Parlamento: “Provavelmente votaremos contra, esta não foi a proposta que nos apresentaram”.
O líder do partido relembra também que a proposta “tinha condições para, mesmo que o PS votasse contra, ser aprovada no Parlamento pelos votos do Chega e da AD. Assim, não terá. É o inicio do bloqueio que, neste caso, é provocado, não pelo Chega nem por nenhuma outra força mas, pela própria AD.”