Redução de IRS. Chega vai pedir audição de ministro das Finanças no Parlamento
13-04-2024 - 16:28
 • Marta Pedreira Mixão

Ventura considerou que este alívio fiscal é uma “desilusão tremenda” e "uma tremenda quebra de confiança nos eleitores e naqueles que esperavam um choque fiscal”.

André Ventura, líder do Chega, anunciou este sábado que vai pedir uma audição do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças para esclarecer a polémica sobre a medida da AD para a redução do IRS.

“O Chega usará do seu poder parlamentar para chamar, já no primeiro dia, o ministro das Finanças à Comissão de Orçamento e Finanças, bem como a secretária de Estado dos Assuntos Fiscais, para explicar efetivamente ao país qual é a descida de IRS que se propõe fazer para o próximo ano, qual o alcance que terá e qual o seu impacto nas famílias portuguesas”, anunciou André Ventura numa conferência de imprensa na sede do partido.

O Partido Socialista vai avançar com um pedido de debate de urgência na Assembleia da República, a propósito da polémica com a redução do IRS, mas André Ventura entende que este pedido não é suficiente e acusou Montenegro de estar a seguir o orçamento e estratégia fiscal de António Costa.

O líder do Chega afirmou também que o Governo prometeu um choque fiscal de 1500 milhões de euros, mas que, afinal, mais não é do que a concretização daquilo que o anterior executivo tinha prometido. Ventura considerou, por isso, que este alívio fiscal é uma “desilusão tremenda” e "uma tremenda quebra de confiança nos eleitores e naqueles que esperavam um choque fiscal”.

André Ventura aproveitou para salientar que um Governo sem maioria tem de provar todos os dias que merece confiança.

"Afinal, ontem à noite as coisas mudaram e afinal não vai ser este acrescentado à descida e ao impacto dos vários escalões de IRS, é um valor de 180 milhões. Então isto é mentir aos portugueses e, no que a nós respeita, é mentir-nos. A politica não se faz assim, sobretudo quando não há maiorias absolutas", disse.

"Eu apelei no fim: não se ganha confiança assim. E este é o décimo ou décimo quinto aviso que damos nesta matéria. O governo de Luís Montenegro está cego e acha que é seguir em frente, independentemente do que digam políticos, jornalistas, oposição e seguir em frente, não é assim".

André Ventura ameaçou ainda bloquear a proposta da AD sobre a redução do IRS quando for a votos no Parlamento: “Provavelmente votaremos contra, esta não foi a proposta que nos apresentaram”.

O líder do partido relembra também que a proposta “tinha condições para, mesmo que o PS votasse contra, ser aprovada no Parlamento pelos votos do Chega e da AD. Assim, não terá. É o inicio do bloqueio que, neste caso, é provocado, não pelo Chega nem por nenhuma outra força mas, pela própria AD.”