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A Turquia, confrontada com uma penúria de vacinas contra o novo coronavírus, anunciou esta quarta-feira ter encomendado 50 milhões de doses do fármaco russo Sputnik V.
“A Turquia assinou um acordo relacionado com a compra de 50 milhões de doses da Sputnik V que deverão ser entregues nos próximos seis meses. A primeira entrega terá lugar no mês de maio”, declarou o ministro da Saúde turco, Fahrettin Koca, em conferência de imprensa.
Este anúncio surge num momento em que a Turquia, após ter iniciado com grande intensidade a sua campanha de vacinação, reduziu consideravelmente a cadência devido à falta de vacinas disponíveis.
Num sinal desta penúria, Koca anunciou ainda que a administração da segunda dose da vacina Pfizer-BioNTech, que a Turquia utiliza, terá agora lugar entre seis e oito semanas após a primeira, contra quatro semanas atualmente.
“O fornecimento em vacinas será complicado nos próximos dois meses, mas de seguida esperamos garantir vacinas em abundância”, declarou o ministro.
Em simultâneo, o mesmo responsável indicou que as autoridades detetaram a variante indiana em cinco pessoas em Istambul.
“A variante indiana foi detetada em cinco dos nossos cidadãos em Istambul. É a primeira vez que se observa esta variante [na Turquia] e os casos estão a ser acompanhados em situação de isolamento”, precisou.
Na passada quinta-feira, o ministro adiantou que a Turquia tinha adotado “medidas de precaução” contra esta variante, na ocasião ainda não detetada no país, como uma quarentena nas suas residências de 14 dias para todos os viajantes procedentes da Índia.
Os cientistas calculam que a “dupla variante” indiana do SARS-CoV-2 poderia estar relacionada com o agravamento da situação epidemiológica no subcontinente asiático, e quando os estúdios de laboratório demonstram indícios de ser mais contagiosa e resistente a algumas vacinas e tratamentos, advertiu esta quarta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A Turquia, com cerca de 83 milhões de habitantes, registou 4,7 milhões de infeções do novo coronavírus e mais de 39.000 mortes, indicam os últimos números oficias publicados esta quarta-feira.
Apenas 8,7 milhões de pessoas receberam as duas doses da vacina, em particular a chinesa Coronavac.
Confrontado com uma nova vaga de infeções, o Governo anunciou na segunda-feira um confinamento de cerca de três semanas a partir da noite de quinta-feira.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.137.725 mortos no mundo, resultantes de mais de 148,6 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.973 pessoas dos 835.563 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.