Em Estrasburgo, longe da campanha eleitoral para as autárquicas, Paulo Rangel aproveitou a sua intervenção no debate do Estado da União no Parlamento Europeu para criticar o uso do maior trunfo do Partido Socialista e de António Costa nestas eleições: o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
No púlpito, o eurodeputado social-democrata (e um dos nomes atirados à disputa pela liderança do PSD), disse que o PRR é um plano "para relançar a economia, para relançar as empresas, para dar oportunidades aos jovens, para ter solidariedade intergeracional" e não "pagar as despesas correntes do Orçamento como em parte está a acontecer nalguns países, incluindo no meu".
"E não para ser usado como uma arma de campanha eleitoral", vincou.
Acrescentou Rangel que "o plano não é nacional, é um plano europeu para todos os europeus, e a Comissão deve prestar atenção a isto, garantindo que os fundos são usados de forma apropriada na transição digital, na transição verde e na modernização da economia".
A intervenção do eurodeputado contra o Partido Socialista surge também depois de Rui Rio, presidente do PSD, ter advertido os membros do partido para evitarem "guerras internas" e "projeções pessoais" em vésperas de eleições autárquicas.
Além da achega ao uso do PRR pelo PS na campanha para as autárquicas, que se realizam no dia 26 de setembro, Paulo Rangel também mencionou o debate em torno do preço da eletricidade em Portugal, pedindo a Ursula von der Leyen e à Comissão Europeia que tenha em atenção este fator.
"O preço da energia é inaceitável para as empresas e para as famílias, precisamos de uma transição verde e digital ambiciosa, mas tem de ser socialmente sustentável", concluiu.
A intervenção de Paulo Rangel pode ser ouvida, em inglês, a partir das 3 horas, 23 minutos e 32 segundos.