O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, pede que, tal como aconteceu no dia 25 de novembro de 1975, agora sejam os moderados a vencer a luta política.
Durante as cerimónias que assinalaram os 48 anos do 25 de Novembro, nos paços do concelho da autarquia lisboeta, Moedas comparou esse momento de turbulência política com aquele que o país atravessa atualmente.
"Hoje temos de pensar na audácia que tivemos nesse momento, para pensar qual é a que precisamos de ter neste momento. Para que os extremismos não ganhem e que ganhem, mais uma vez, os moderados", vincou o autarca, que encabeça a coligação Novos Tempos.
Numa cerimónia envolta em polémica, já que foi chumbada pelo Executivo da Câmara Municipal de Lisboa, onde a coligação minoritária Novos Tempos votou sozinha contra a oposição. Por isso mesmo, os vereadores do PS, BE e PCP não marcaram presença no salão nobre da autarquia lisboeta.
Do lado dos socialistas, houve um fura-boicote: Manuel Lage, deputado municipal do PS, presente e agraciado por Carlos Moedas. O autarca lisboeta não resistiu a picar os socialistas e citar Mário Soares, em jeito de crítica pelas ausências.
"Mário Soares disse uma vez que o 25 de Novembro é uma data tão importante como é o 25 de Abril, e é também pela memória dos grandes portugueses como Mário Soares que estamos aqui", declarou Moedas, que prosseguiu: "Tenho pena que uma parte do PS na CML não tenha seguido o caminho dessa memória."
Em contraponto, a procuradora-geral da República, Lucília Gago - que tem estado no olho do furacão lançado pela Operação Influencer, que culminou com a demissão do primeiro-ministro - marcou presença nas cerimónias para assinalar os 48 anos do 25 de Novembro.
Da política, também acudiram Nuno Melo, líder do CDS, e Paulo Rangel, vice-presidente do PSD - partido que, em simultâneo, se reunia em Almada, num congresso estatutário.
As mais altas patentes militares também não faltaram. Marcaram presença os três chefes dos ramos das Forças Armadas (Exército, Força Aérea e Marinha), em que se incluem Henrique Gouveia e Melo. No salão nobre destacavam-se as boinas vermelhas dos militares dos comandos.