As pessoas que residem em Paris, sobretudo mulheres grávidas e crianças, estão a ser aconselhadas a fazer análises depois de uma criança ter sido levada para um hospital da cidade com níveis excessivos de chumbo no sangue.
Embora não tenha sido possível estabelecer uma ligação inequívoca, suspeita-se que a exposição ao chumbo possa estar relacionada com o incêndio que consumiu parcialmente a Catedral de Notre Dame no passado mês de abril.
Mais de 300 toneladas de chumbo que revestiam os telhados da catedral derreteram durante o incêndio, enchendo o ar de pó de chumbo, que poderá ter sido inalado em doses desaconselháveis.
A Agência Regional de Saúde que abrange a Île-de-France, onde está situada a catedral, já tinha referido que testes feitos naquela zona mostravam que já não existiam riscos de saúde, mas está agora a investigar o caso da criança, sem excluir que a fonte da contaminação possa ter sido outra.
Uma vez que as crianças são mais suscetíveis à contaminação do que adultos, as autoridades estão agora a aconselhar mulheres grávidas e crianças a fazer análises ao sangue por precaução.
A ideia de que o chumbo derretido já não apresenta ameaça está a ser contestada por pelo menos um grupo ambientalista local. Em declarações à CNN, o grupo Robin des Bois pediu mais medidas ao Governo e considerou absurda a ideia de que 300 toneladas de chumbo possam simplesmente ter-se dissipado sem causar danos.
“As autoridades públicas não estão a fazer nada. O chumbo não desapareceu, isso é impossível”, defende Jacky Bonnemains, porta-voz do grupo, acrescentando que o problema poderá prolongar-se durante vários meses ou até anos.