Portugal está disponível para enviar ajuda à Croácia, na sequência do sismo de magnitude 6.4 na Escala de Richter registado na terça-feira naquele país. O anúncio é feito em comunicado pelo Ministério da Administração Interna.
"As autoridades croatas ativaram o Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia e apresentaram um pedido de assistência internacional baseado em material e equipamento de apoio, designadamente camas de campanha, geradores, tendas, sacos-cama, iluminação de emergência e aquecedores", lê-se no texto.
Portugal está em condições de disponibilizar, no imediato, 500 camas de campanha e, em caso de necessidade, elementos certificados para a coordenação operacional e dois módulos de busca e salvamento em ambiente urbano, da Guarda Nacional Republicana e do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, num total aproximado de 80 elementos.
As autoridades nacionais mantêm-se em contacto com o Centro de Coordenação de Resposta a Emergências, em Bruxelas, para acompanhar o desenvolvimento das ações de avaliação em curso na área afetada e para desencadear os procedimentos de envio da ajuda logo que as autoridades croatas manifestem a sua aceitação junto do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia.
Terra volta a tremer
Esta quarta-feira, o centro da Croácia foi atingido por novos terramotos, um dia depois de registar um violento sismo que provocou pelo menos sete mortos, vários feridos, danificou centenas de casas e privou bairros inteiros de eletricidade.
De acordo com o Instituto norte-americano de Geofísica (USGS), dois terramotos de magnitude 4,8 e 4,7 na escala de Richter, atingiram, cerca das 5h15 (hora de Lisboa) a região de Sisak, a sudeste de Zagreb, com alguns minutos de intervalo, mas não foram noticiados os danos causados.
Esta região, e em particular a localidade de Petrinja – a cerca de 50 quilómetros da capital -, ainda estava em choque depois do tremor de terra de magnitude 6,4 registado na terça-feira e sentido em países vizinhos.
Muitos passaram a noite em tendas, carros ou em quartéis militares e, hoje de manhã, os jornais croatas anunciavam manchetes como “Terror em Petrinja”.
As equipas de resgate trabalharam arduamente durante a madrugada para procurar possíveis sobreviventes nas ruínas dos muitos prédios que desabaram pela violência do terramoto.
Para já, o balanço do sismo principal dá conta de sete mortos, entre os quais uma menina de 13 anos que morreu quando um prédio caiu enquanto caminhava pela rua em Petrinja, segundo a imprensa local.
Além disso, cinco homens morreram na aldeia vizinha de Majske Poljane, perto de Glina, disse a vice-presidente da câmara, Branka Baksic Mitic, e a sétima vítima foi encontrada sob os escombros de uma igreja na aldeia de Zazina.
Segundo o padre local, citado pela agência Hina, a vítima foi o organista, que tinha ido reparar o órgão danificado por um terramoto anterior.
20 feridos
O sismo provocou também cerca de 20 feridos, avançou a polícia croata, referindo que as equipas de resgate vasculharam mais de 80 vilas na região sem encontrar novas vítimas.
Centenas de edifícios, entre casas, prédios administrativos e escolas, ficaram danificados e as áreas de Petrinja e de Sisak ainda estavam sem eletricidade hoje de manhã.
O Governo croata deverá reunir-se hoje para determinar a assistência a ser dada à região atingida, devendo contar com a presença do responsável pela gestão de crises da União Europeia, Janez Lenarcic.
Bruxelas vai enviar ajuda, como “tendas de inverno, aquecedores elétricos, camas e sacos de dormir, bem como contentores que podem ser usados como abrigos”, afirmou Lenarcic numa mensagem hoje divulgada no Twitter.