Os bispos portugueses estão disponíveis para permitir o acesso aos arquivos por parte da Comissão Independente que está a estudar os casos de abusos sexuais de crianças alegadamente perpetrados por membros da Igreja.
No final da reunião do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) que se realizou esta terça-feira, em Fátima, o porta-voz, padre manuel barbosa, disse haver "disponibilidade de todos nas dioceses para ver o que existe nestas situações".
"Temos de ver o que existe para clarificar", esclareceu.
Segundo Manuel Barbosa, "é ao bispo diocesano que cabe permitir o acesso aos arquivos".
"Como há normas em vigor a nível civil e canónico que é preciso observar, na assembleia plenária de abril veremos o modo mais adequado para que tudo o que lá estiver seja conhecido nesta área, em colaboração com a Comissão Independente", acrescentou o porta-voz da CEP.
Sobre o trabalho que as comissões diocesanas têm feito, o sacerdote disse ter sido "sério". Essa é a posição assumida pela Igreja, "para que se apure toda a verdade ou o máximo possível da verdade", salientou.
A Comissão Independente para o estudo de abusos sexuais de crianças na Igreja Católica Portuguesa vai trabalhar até ao fim de 2022, mas o porta-voz da Conferência Episcopal admitiu que essa data possa ser prolongada.
Sobre o facto de a Comissão ter já recolhido mais de uma centena de depoimentos, o sacerdote considerou o "trabalho excelente" e disse que "tem de continuar".