Um rastreio do cancro colorretal está a decorrer até 2 de dezembro em farmácias, laboratórios e postos de colheita, para promover a deteção precoce de uma doença que mata mais quatro mil pessoas por ano em Portugal.
Em comunicado, a Associação Nacional de Farmácias (ANF) diz que se associou ao Movimento 45+, promovido pelo Grupo Ageas Portugal, a Médis, a Fundação Ageas e a Europacolon Portugal (Associação de apoio ao doente com Cancro Digestivo), para promover o diagnóstico precoce do cancro colorretal, também conhecido por cancro do cólon ou cancro do intestino grosso.
O movimento visa também contribuir para o tratamento atempado e melhorar o conhecimento da população portuguesa sobre a doença.
“A proximidade que as farmácias têm da população permite-nos assumir um papel fundamental na prevenção e rastreio de doenças. Com o nosso envolvimento podemos contribuir para uma deteção precoce, essencial para o início atempado do tratamento, em situações em que ainda não existe qualquer sintoma. As farmácias reforçam assim o seu compromisso com a saúde dos portugueses”, clarifica em comunicado a presidente da associação nacional de farmácias, Ema Paulino.
A campanha destina-se a pessoas entre os 45 e os 74 anos, assintomáticas, sem histórico de neoplasia e/ou pólipos colorretais, doença inflamatória intestinal ou com história familiar em primeiro ou segundo grau de cancro colorretal ou adenoma.
O rastreio pode ser realizado em qualquer farmácia, posto de colheita ou laboratório aderente ao movimento de forma simples e gratuita, através do “teste de pesquisa de sangue oculto nas fezes”.
Na farmácia é apenas necessário “levantar o kit e posteriormente entregar a amostra, sendo a recolha feita em casa”, no laboratório ou posto de colheita é necessária a inscrição através de um formulário online e aguardar uma SMS com o código de rastreio para levantar o kit no laboratório ou posto de colheita.
Em caso de resultado positivo na deteção de sangue nas fezes a pessoa é contactada pela Europacolon Portugal, com a indicação de seguimento para aconselhamento médico, refere a ANF.
Segundo a associação, no ano de 2020 foram diagnosticados, em Portugal, 10.501 novos casos de cancro colorretal, e registadas mais de 4.300 mortes associadas à doença, a segunda neoplasia mais comum em ambos os sexos.
Este tipo de cancro tem um avanço lento, silencioso e assintomático e a realização de rastreios diminui a mortalidade em aproximadamente 16%, acrescenta a ANF.
De acordo com os dados da International Agency for Research on Cancer, citados pela Ageas Portugal, 90% dos casos são detetados a partir dos 50 anos, enquanto 85% surgem sem qualquer relação familiar.
Segundo a Associação Nacional das Farmácias, nas edições anteriores, que decorreram em 2021 e em março de 2022, participaram na campanha mais de 6.000 pessoas, das quais 5% testaram positivo para a pesquisa de sangue oculto nas fezes.