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O presidente do Chega, André Ventura, disse esta terça-feira estar "completamente" disponível para prestar esclarecimentos ao Tribunal de Braga, que pediu o levantamento da sua imunidade parlamentar, e ironizou sobre a rapidez da justiça.
"Não obstarei ao levantamento da imunidade parlamentar" e "irei a tribunal quando assim for", afirmou André Ventura, frisando, quando questionado pelos jornalistas sobre se está disponível para prestar esclarecimentos ao Tribunal de Braga: "Completamente".
"Nunca me escudarei atrás da imunidade parlamentar. Acho que a imunidade existe para proteger declarações feitas enquanto político no parlamento", considerou, em Odemira, no distrito de Beja, onde se deslocou para uma conversa rápida com donos de casas no complexo turístico Zmar, no exterior do empreendimento.
Segundo Ventura, "nem as declarações feitas na SIC", sobre o Bairro da Jamaica, "nem o jantar comício [em Braga] foram feitas" no âmbito parlamentar.
"Aquilo que eu exijo para os outros, tem que ser aquilo que eu exijo para mim próprio", afiançou, argumentando que, por isso, vai estar presente no julgamento sobre o "caso do Bairro da Jamaica", em Lisboa, no dia 10 de maio, e também irá "ao Tribunal de Braga" para "dar os esclarecimentos que o Ministério Público entender".
Segundo o jornal Público, o tribunal pediu o levantamento da imunidade parlamentar de André Ventura pelo crime de desobediência, por ter organizado um jantar com "excesso de lotação em Braga".
Em resposta aos jornalistas, o deputado único do partido Chega manifestou "estranheza" por o tribunal ter decido pedir o levantamento da sua imunidade parlamentar sem "nunca" o "ter ouvido" a propósito do jantar.
"Achei estranho nunca ter sido contactado para o efeito e simplesmente a Assembleia [da República] receber um pedido de levantamento de imunidade, com o objetivo de me constituir arguido", frisou, referindo que o tribunal nem sequer procurou saber "como é que foram os procedimentos que levaram àquele comício". .
Ao mesmo tempo, em tom irónico, o líder do Chega considerou que acontece com este caso "algo de extraordinário", porque o jantar em Braga aconteceu "em janeiro de 2021 e estamos em maio e, aparentemente, a justiça quando quer consegue ser rápida".
Ventura fez questão de "louvar" a justiça: "A rapidez que não teve com José Sócrates, nem com Ricardo Salgado, que tenha com André Ventura. Eu acho que isso, pelo menos, é um sinal positivo para a nossa democracia".
Aliás, "eu vou a julgamento na próxima segunda feira, no tribunal em Lisboa", por, durante a campanha presidencial, "ter feito uma referência a uma família do bairro da Jamaica", num canal de televisão, disse.
"Manifestar a minha vontade de me defender e mostrar que não sou racista e que também cumprimos ou tentámos cumprir as regras, se forem esse os factos", reafirmou.
O que o presidente do Chega considerou foi que a justiça tem que ser igual para todos: "A justiça terá o seu momento para atuar. O que é importante é que os portugueses possam confiar na justiça" e "não podemos é ter uma justiça para uns e uma justiça para outros".
"O que eu espero, a partir de agora, quando vejo a justiça atuar nestes casos ao fim de dois ou três meses e quatro, [é] que seja sempre assim" e "tenhamos finalmente uma justiça a sério, que funciona em três meses ou em quatro para todos os casos e não apenas para o André Ventura e para o Chega", frisou.