A Rússia libertou cinco soldados britânicos que haviam sido capturados no leste da Ucrânia no início de abril, confirmou esta quarta-feira a primeira-ministra do Reino Unido.
Através da rede social Twitter, Liz Truss diz ter sido o fim de "meses de incerteza e de sofrimento" para os soldados e para as famílias.
Numa outra publicação, a líder britânica agradece ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e à Arábia Saudita pela ajuda em garantir a segurança dos soldados capturados.
"A Rússia tem de parar com a exploração cruel dos prisioneiros de guerra e dos civis detidos por razões políticas", declarou Liz Truss.
Dois dos soldados capturados pelo Exército russo em Mariupol, Aiden Aslin e Shaun Pinner, chegaram mesmo a aparecer na televisão estatal de Moscovo.
Em vídeo publicado em meados de abril, os dois britânicos apelavam ao então primeiro-ministro, Boris Johnson, que os libertasse, mediante a troca pelo empresário pró-russo, Viktor Medvedchuck. No entanto, era difícil perceber se os soldados haviam sido coagidos ao fazer esse pedido.
Aiden Aslin e Shaun Pinner haviam sido, inclusivamente, condenados à morte pelo Supremo Tribunal da autoproclamada República Popular de Donetsk. A par do marroquino Brahim Saadoun, eram acusados de "participarem em combates como mercenários".
Já nessa altura, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos classificava esta postura dos separatistas pró-russos como "crime de guerra".
“Segundo o comandante chefe da Ucrânia, todos esses homens fazem parte das forças armadas ucranianas. Nesse caso, não deveriam ser considerados mercenários”, acrescentou a porta-voz, Ravina Shamdasani.
Além de Aiden e Shaun, outros três combatentes britânicos haviam sido capturados. São os casos de John Harding, homem de 50 e poucos anos que combatia pelo exército ucraniano desde 2018, Andrew Hill, de 35 anos, que lutava pela Legião Internacional da Ucrânia, e ainda Dylan Healy, um jovem com pouco mais de 20 anos, que trabalhava como voluntário na Ucrânia.
Paul Urey, homem de 45 anos que também estava a prestar assistência humanitária na zona de conflito, também fora capturado, mas viria a morrer nas mãos das forças separatistas por alegadas complicações de saúde, de acordo com as autoridades da autoproclamada República Popular de Donetsk.
Os cinco cidadãos britânicos foram libertados num acordo de troca de dez prisioneiros entre a Rússia e a Ucrânia, que contou com a mediação do príncipe saudita, Mohammed bin Salman.