O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) reconheceu a existência de menores refugiados que saíram dos centros de acolhimento nacionais de regime aberto e não regressaram, admitindo que possam estar sob alçada de redes de imigração ilegal.
De acordo com o SEF, em 2015, 27 menores deixaram o Centro de Acolhimento para a Criança Refugiada, gerido pelo Conselho Português para os Refugiados e que funciona em regime aberto, precisamente para proporcionar aos jovens refugiados uma "vivencia idêntica aos dos demais".
"Muitos dos casos estarão ligados com processos de imigração ilegal em que se usa o regime de asilo como forma de garantir a entrada no espaço europeu", reconheceu o SEF numa nota enviada à agência Lusa.
De acordo com o organismo, sempre que é verificado o desaparecimento de menores são trocadas informações com os restantes membros da União Europeia e criadas medidas cautelares contactando os postos de fronteiras.
O SEF lembrou ainda que alguns dos jovens refugiados regressam e procuram o organismo ou o Centro de Acolhimento, altura em que é retomado o processo de protecção ao jovem e averiguado o sucedido.
No entanto, este organismo reconheceu também que na "maior parte das vezes os jovens continuam em paradeiro incerto", supondo que "assumem identificações diferentes" daquelas que foram dadas de início.
A nota do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras refere ainda o caso da entrada de jovens nigerianas, que deu azo a uma investigação do SEF, onde se comprovou que o seu destino era a exploração sexual em vários países europeus.
Em Portugal tem crescido o número de crianças não acompanhadas por adultos a pedir asilo. A presidente do Conselho Português dos Refugiados fala numa “situação dramática”.
Dados Europol, agência de polícia europeia, indicam que mais de dez mil crianças desapareceram entre 18 e 24 de Dezembro passado.
Mais de milhão de migrantes e refugiados chegaram à Europa em 2015, naquela que é a pior crise migratória nesta região desde a Segunda Guerra Mundial, dos quais 27% são crianças.