Dezenas de civis foram mortos este sábado numa cidade perto da capital sudanesa durante confrontos entre o exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR), que se acusam mutuamente de usar civis como escudos humanos.
Segundo o ministério da Saúde do Sudão, um ataque aéreo na cidade de Um Durman provocou a morte de "22 cidadãos e deixou um grande número de feridos em Dar al Salam al Amriya, a oeste do mercado".
As FAR responsabilizam as forças armadas pelo ataque, falando em "bombardeamentos contínuos de aviões de guerra do exército" sobre bairros daquela cidade, refere a agência de notícias espanhola EFE.
As milícias paramilitares dizem ainda que um outro bombardeamento intenso provocou "dezenas de feridos na zona de Dar al Salam".
Este sábado, as FAR voltaram a apelar para que entidades nacionais e estrangeiras acompanhem e documentem o "genocídio cometido diariamente pelos golpistas e pelo remanescente do antigo regime" contra a população.
As Forças Armadas anunciaram através de um vídeo nas redes sociais que "as Forças Especiais realizaram uma operação contra a população", mas não mencionaram vítimas civis nem reagiram às acusações.
O porta-voz do exército sudanês, Nabil Abdullah, disse que as forças continuam "as operações de combate contra os rebeldes entrincheirados nos bairros residenciais de Cartum, Cartum Norte e Um Durman".
O conflito entre as FAR e o exército sudanês começou em meados de abril e já provocou 1.173 mortos entre a população civil e 11.704 feridos, segundo o último balanço realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que tem por base dados do governo.