O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) considera que o esquema para a quadra festiva definido para os hospitais da Grande Lisboa trata-se de "uma medida meramente paliativa".
Seis hospitais da Grande Lisboa vão coordenar os seus serviços de urgência de Obstetrícia e Ginecologia, durante o Natal e o Ano Novo, segundo a decisão do diretor executivo do SNS, Fernando Araújo, ao que a Renascença apurou.
Quatro hospitais vão funcionar durante os dois fins de semana da quadra festiva, enquanto que o Hospital Beatriz Ângelo e o Hospital de Vila Franca de Xira vão alternar o funcionamento, no Natal e Ano Novo.
Em reação, à Renascença, o secretário-geral do SIM, diz que "é um erro pensar-se que o problema cinge-se à época festiva" e que a proposta do Governa "não resolve o problema de fundo".
"A questão é a falta de anestesistas obstetras no SNS. A questão é sempre a mesma. É a incapacidade que o Governo tem demonstrado em contratar e manter os médicos no SNS", aponta.
Jorge Roque da Cunha reconhece, no entanto, que a proposta é "bem intencionada" e que há "um esforço de melhor coordenação".
Mesmo assim, o sindicalista realça que os portugueses "pagaram impostos como nunca pagaram na vida que têm de ser feitos para investir" na Saúde.
"E, portanto, estas medidas de fechar num lado e abrir noutro, não criam uma solução em definitivo. Vão fingir que encontram uma solução e adiar o que é necessário", refere.
O secretário-geral do SIM ironiza ainda que Portugal está habituado a "soluções que são transitoriamente definitivas" e não vê medidas que permitam pensar que haverá uma resolução dos problemas.
"Vai piorar em vez de melhorar", conclui.