O estudo do impacto ambiental da Central de Dessalinização no Algarve começou com 12 localizações, mas, agora, Albufeira parece estar mais perto de ser o local escolhido. A garantia é dada por António Pina, presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve.
"A melhor solução é dentro do concelho de Albufeira, próximo do limite com o concelho de Loulé, e é com base nessa expetativa que avança o estudo de impacto ambiental sobre essa proposta", garante à Renascença.
Os estudos prévios têm de estar prontos daqui a três meses e o estudo do impacto ambiental até março do próximo ano. Contudo, Alice Pisco, da Plataforma Água Sustentável, mostra alguma preocupação com a instalação da dessalinizadora. "Por um lado, são os influentes da central que são esses sais que depois vão ter que ter um destino, ou são dispersos outra vez no mar ou armazenados algures em terra, e por outro lado é a questão energética porque essas centrais têm uns gastos energéticos enormes e custos ambientais também muito grandes", reforça.
António Pina discorda que existam tais riscos. "Fomos ver uma central em Alicante que o débito dessa salmoura se efetua a centenas de metros de uma zona marinha protegida numa convenção europeia que é altamente seguida pela comunidade europeia e por um conjunto de ONGs ambientais e as coisas correm bem. Ao longo da história temos sempre os nossos Adamastores e agora temos esse Adamastor, mas são feitos por pessoas que desconhecem efetivamente aquilo que se passa no mundo", afirma o autarca, que garante ainda que a central ficará onde seja melhor, segundo os estudos de impacto ambiental.
O projeto parece estar em andamento, mas a Plataforma Água Sustentável defende que há outras prioridades. "Antes da dessalinizadora há uma série de questões. Temos uma percentagem de perda de água nas redes de abastecimento de 30% e o consumo urbano é de 34%. E a outra questão é a reutilização de águas residuais porque a taxa de reutilização dessas águas é de cerca de 1% no país", enumera Alice Pisco.
Em resposta, a Águas do Algarve garante que vai aumentar a produção de águas para reutilização para oito milhões de metros cúbicos até ao final de 2025.
António Eusébio, presidente da administração da empresa, diz estarem previstas mais iniciativas: "Como é o caso da captação do volume morto da barragem de Odeleite-Beliche ou ainda outro estudo de grande dimensão que estamos a fazer em paralelo da captação de água do rio Guadiana".