Milhares de profissionais da educação voltaram este sábado às ruas em mais uma ação de protesto por melhores condições. O coordenador do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop), André Pestana, acredita que os portugueses estão solidários com as reivindicações dos professores e deixou críticas à Fenprof, de Mário Nogueira.
Pelas 14h00, a manifestação, com início marcado no Palácio da Justiça, em Lisboa, já contava com alguns milhares de profissionais da educação, menos do que a do mês passado.
Ouve-se o som dos tambores, buzinas e apitos nesta, que é a quarta manifestação convocada pelo sindicato de todos os Profissionais da Educação (stop) desde dezembro, quando iniciou também uma greve por tempo indeterminado que ainda se mantém, para exigir melhores condições de trabalho e salariais.
A marcha deve durar uma hora e terminar na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento.
À chegada ao desfile, o líder do STOP falou da importância do direito à greve e disse estarem previstos participar "dezenas de milhares de profissionais de educação" nesta manifestação.
André Pestana acredita que os professores estão solidários com a luta dos professores e assistentes operacionais, apontando que a sociedade está farta do aumento do custo de vida e de "uns poucos que ficam com muitos milhões".
O sindicalista deixou também críticas implícitas à Federação Nacional dos Professores (Fenprof), lamentando que não tenha aceitado o convite para marcar presença na manifestação deste sábado.
"Apesar dos nossos convites, a Fenprof, infelizmente, nunca se juntou aos protestos do Stop de 17 de dezembro, 14 de janeiro e 28 de janeiro. O Stop é que, pelo contrário, mostrando que é realmente diferente, participámos com uma coluna muito numerosa no protesto organizado pelos outros colegas. Aqui é que se vê, também, a diferença do tipo de sindicalismo. Nós não somos sectários, estamos em todas", declarou o coordenador do STOP.
O secretário-geral da Fenprof não marcou presença no protesto da educação deste sábado, mas esteve noutra manifestação, também em Lisboa, a exigir uma "Vida Justa" e contra o aumento dos preços. Em declarações à CNN, Mário Nogueira disse que "a vida não se esgota nos professores".
No local esteve também a deputada do Bloco de Esquerda (BE) Joana Mortágua, para quem, até agora, o Governo não conseguiu ir ao encontro de nenhuma das exigências dos docentes.
[notícia atualizada às 16h45]