Covid-19: Restrições a entradas do Reino Unido será "machadada" na economia da Madeira
21-12-2020 - 15:14
 • Lusa

Miguel Albuquerque reitera que a medida adotada é “neste momento é compreensível”, uma vez que a “esta mutação do vírus tem um grau de transmissibilidade altíssimo e é importante salvaguardar a saúde pública”.

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O Governo da Madeira apoia as restrições impostas por Portugal à entrada de passageiros provenientes do Reino Unido, embora considere vão ser uma “machadada” nas perspetivas de recuperação económica da região, disse o presidente do executivo regional.

À margem da audiência de apresentação de cumprimentos natalícios do Governo Regional ao representante da República, o juiz conselheiro Ireneu Barreto, Miguel Albuquerque salientou que esta medida adotada pelo executivo nacional provocará “uma quebra acentuada” na economia da Madeira.

“Acho que aí Portugal tomou uma decisão acertada e a União Europeia também”, afirmou.

O Governo da República decretou no domingo que apenas os residentes em Portugal ou os nacionais portugueses e respetivos familiares possam entrar em Portugal oriundos daquele território, ainda que sujeitos a um teste negativo PCR ao SARS-Cov-2.

A restrição, com efeito a partir das 00h00 de hoje, foi decretada na sequência da evolução epidemiológica no Reino Unido, onde foi identificada uma variante mais contagiosa do novo coronavírus, que provoca a doença covid-19.



Albuquerque sublinhou que a decisão "terá consequências económicas" na região, sobretudo no turismo, tendo em conta as chegadas previstas à região para o período do Natal e da passagem de ano.

Durante o mês de dezembro, a Madeira deveria receber mais de 20 mil passageiros do reino unido, com maior concentração no Natal e Fim de Ano.

“Já tivemos milhares de turistas que já chegaram nos últimos dias e vão ficar cá”, referiu Albuquerque, justificando a necessidade de manter o espetáculo de fogo de artifício da passagem do ano, um dos principais cartazes turísticos da região.

O líder do executivo sublinhou que “esta é uma situação que ninguém estava à espera e é mais uma machadada nas perspetivas económicas” da Madeira.

Contudo, Miguel Albuquerque reitera que a medida adotada é “neste momento é compreensível”, uma vez que a “esta mutação do vírus tem um grau de transmissibilidade altíssimo e é importante salvaguardar a saúde pública”.

“Não podemos correr riscos”, sublinhou o chefe do Governo Regional, de coligação PSD/CDS, sublinhando que “o pior que pode acontecer é perder o controlo da situação” no arquipélago.


Instado a avançar os temas que vão ser abordados na conferência de imprensa prevista para hoje relativa a restrições no Natal e Ano Novo, mencionou que pretende transmitir uma “mensagem que será muito elucidativa” e "um apelo" ao cumprimento das medidas por parte dos cidadãos.

Revelou também que um dos aspetos a abordar será a data do início da vacinação contra a covid-19 no arquipélago.

Já hoje, o Governo Regional decidiu que os viajantes provenientes do Reino Unido que não sejam portadores de teste negativo devem fazê-lo à chegada e entre o 5.º e 7.º dias, devendo aguardar os resultados em isolamento profilático.

Sobre a audiência de cumprimentos com o representante da República, referiu que visou “reiterar a disponibilidade” do Governo Regional para “a cooperação institucional, que tem decorrido maravilhosamente”, num momento difícil que têm sido os últimos 10 meses.

“Quero realçar a disponibilidade do senhor representante e a sua abertura para ajudar o Governo [Regional] e a região na percussão do principal objetivo, que é a salvaguarda da saúde pública e da vida dos madeirenses e porto-santenses”, declarou.

Miguel Albuquerque apontou que, em 2021, há um “trabalho importante a realizar”, nomeadamente o da recuperação económica e social da Madeira, que tem de ser efetuado “logo numa perspetiva de curto prazo, que é a alavancagem da economia, à medida que se for esbatendo a crise sanitária e de saúde pública".

Mas, simultaneamente, é necessário olhar, acrescentou, para o médio e longo prazo, o que passa pelas “necessidades de financiamento estrutural da região”, enfatizou.