Veja também:
- Sondagem das Sondagens
- Fact Check: "80% dos cheques-cirurgia ficam por utilizar." Verdade ou mentira?
- Nem todos os partidos estão a cumprir lei da paridade. As listas para as legislativas à lupa
- Todas as notícias sobre as eleições legislativas
Ana Abrunhosa lamenta, em entrevista à Renascença, que se fale pouco de regionalização na campanha eleitoral, sobretudo do lado da AD. ”Isso significa que vamos voltar a ter o país mais centralista”, afirma a cabeça de lista do PS pelo distrito de Coimbra e ministra da Coesão Territorial.
Quanto ao seu próprio futuro político e se conta voltar a ser chamada para um eventual Governo do PS, Ana Abrunhosa esconde o jogo e diz-se concentrada na campanha “até dia 8”.
Levou a peito aquele cartão vermelho no protesto dos polícias?
Nós temos de levar muito a sério esta reivindicação dos polícias. Foi um protesto respeitoso. O cartão vermelho é para o estado dos nossos polícias e, portanto, nós temos mesmo de ouvir, que sentar à mesa das negociações e será uma responsabilidade do próximo Governo. Uma coisa é certa, não pode haver discriminação entre polícias e é isso que significa o cartão vermelho. Já me sentei à mesa com alguns deles, já os encontrei também durante a campanha e, portanto, fizeram uma manifestação com respeito a nós passámos também com o maior dos respeitos e estão no seu direito.
É ministra da Coesão Territorial. Sobre regionalização tem-se ouvido falar pouco nesta campanha.
Tem-se ouvido pouco do lado do PSD, a realidade é que se se lermos o programa do governo não aparece uma única vez a palavra regionalização e por isso, isso significa que vamos voltar a ter o país mais centralista. Não se fala uma única vez de CCDR, que são as entidades que no território gerem fundos europeus e são responsáveis pelo desenvolvimento regional.
Eu creio que isso também surpreendeu muitos dos nossos autarcas, inclusive sociais-democratas. Fizemos a descentralização, queremos fazer a regionalização, queremos um país menos centralista, nem todos podemos viver e trabalhar em Lisboa e não queremos que as decisões sejam todas tomadas em Lisboa. Quando eu falo Lisboa, naturalmente, falo pelos ministros.
Só com um país mais descentralizado, só com a regionalização é que nós seremos um país mais coeso, porque isso significa que entregamos aos diferentes níveis da Administração Pública a decisão para resolver os problemas.
Acha que é possível uma maioria para o PS nesta viragem para a segunda semana de campanha?
Apelo ao voto no Partido Socialista e espero que os portugueses deem uma vitória ao Partido Socialista, porque estou absolutamente convencida que Pedro Nuno Santos é o primeiro-ministro que o nosso país precisa. Defende a economia, mas defende uma economia de mercado com um Estado social forte, com conta certas. Ora isso, a direita disse sempre que não era possível e nós mostrámos que é possível. E é isso que Pedro Nuno Santos quer continuar a fazer, com mais vigor, à sua maneira. Afinal é diferente de António Costa.
Está disponível para continuar num futuro eventual governo do PS?
Estou disponível para, até ao dia 8, fazer campanha com toda a paixão, com toda a emoção, com todas as forças, porque acredito que Pedro Nuno Santos será o melhor primeiro-ministro para o nosso país.