O alto-representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros insistiu esta segunda-feira que a entrada de 20 camiões com apoio humanitário no território palestiniano por dia "não é suficiente" e que a prioridade dos 27 é aumentá-lo.
"No primeiro dia, foi permitida a entrada de 20 camiões. Ontem outros 20. Mas em alturas normais, sem guerra, entrariam em Gaza 100 camiões por dia. É óbvio que 20 não é suficiente", sustentou Josep Borrell, à entrada para uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, no Luxemburgo.
O chefe da diplomacia europeia acrescentou que "sem água e eletricidade os hospitais mal conseguem funcionar" e que a Comissão "aumentou o seu apoio, mas há filas e filas de camiões a aguardar permissão para entrar" no território palestiniano, cercado pelas tropas israelitas.
"[Os camiões] têm de entrar e levar as coisas de que são desesperadamente necessitam, em particular combustível, necessário para a dessalinização da água", completou.
Borrell anunciou que os ministros com a pasta dos Negócios Estrangeiros vão também analisar o processo de paz "há muito esquecido" entre Israel e a Palestina e tentar discutir soluções para um cessar-fogo e regresso de todas as partes no Médio Oriente à mesa de negociações.
As declarações surgiram pouco antes de um terceiro comboio de ajuda humanitária ter entrado hoje na Faixa de Gaza pela fronteira com o Egito, noticiou a agência francesa AFP.
O primeiro carregamento de ajuda, transportada em 20 camiões, entrou na Faixa de Gaza no sábado, a que se seguiu um segundo comboio de 15 camiões no domingo.
A passagem de Rafah, que liga a Península do Sinai à Faixa de Gaza, é a única via de acesso ao território governado pelo grupo islamita Hamas não controlada por Israel.