O Bloco de Esquerda entrega, esta segunda-feira, no Parlamento um projecto lei para acabar com as portagens na A22, a Via do Infante, no Algarve.
A proposta bloquista dá oficialmente entrada nos serviços parlamentares, simbolicamente na véspera do quarto aniversário da introdução de portagens nas ex-SCUT.
João Vasconcelos, deputado do Bloco a e porta-voz da Comissão de Utentes contra as Portagens na Via do Infante, confirmou à Renascença a iniciativa do partido. João Vasconcelos fala em “estado de guerra não declarado permanente”.
“Vamos chegar ao fim do ano com cerca de 10 mil acidentes no Algarve. Isto é insuportável e incomportável. O Algarve não consegue resistir muito mais tempo a esta tragédia”, afirma, acrescentando que os acidentes rodoviários em vias alternativas à Via do Infante traduzem-se “em mais de 30 mortos, mais de 150 feridos graves”, o que significa “um aumento de cerca de 50% em relação ao ano passado”.
João Vasconcelos sublinha também que esta via dá prejuízo aos cofres do Estado.
“A Via do Infante está a gerar uma receita de cerca de 25 milhões de euros por ano. Só de espanhóis que deixaram de vir ao Algarve são cerca de 30 milhões, isto é, 180 mil espanhóis que deixaram de vir ao Algarve. Se contabilizarmos tudo isso, tudo o que se paga à concessionária, taxa de disponibilidade e pedidos de reequilíbrio financeiro, e o prejuízo à economia e à sociedade, os prejuízos são muito maiores do que os lucros”, garante.
Na terça-feira faz quatro anos que se começou a pagar portagem A22. Para assinalar a data, a comissão de utentes tem novo protesto agendado, junto à ponte do Guadiana.
Além deste projecto lei, o Bloco já tem também um projecto de resolução para acabar com o pagamento na A23, entre Torres Novas – Guarda.
O Partido Comunista anunciou também projectos de recomendação para pedir o fim das portagens na A22, A23 e A24, que serão entregues na quarta-feira, na Assembleia da República.
Para já, ainda não é conhecida qual a posição do Partido Socialista.